A coordenadora humanitária da ONU no Haiti, Ulrika Richardson, disse que os primeiros aviões já deixaram o país rumo ao Panamá.
Entre as pessoas retiradas estão cerca de 20 conselheiros de segurança e dois altos funcionários da ONU, entre outros.
Apesar do aumento significativo da violência, que já causou uma deslocação maciça da população da capital do país caribenho, Port-au-Prince, as organizações da ONU têm insistido em permanecer no território.
“As nossas operações continuaram desde o início da escalada”, disse Richardson, salientando que tinha conseguido entregar milhares de alimentos e assistência médica à população local, apesar dos perigos crescentes.
A medida hoje divulgada vai ao encontro do anúncio feito na semana passada pela ONU, que indicou que iria reduzir temporariamente a sua presença em Port-au-Prince devido à deterioração da situação de segurança, após pelo menos 150 pessoas terem sido mortas em apenas uma semana.
Os gangues continuam a atacar regularmente os civis, apesar do destacamento de uma força internacional liderada pelo Quénia.
A mais recente vaga de violência, que teve início a 11 de novembro, aumentou o número total de vítimas deste ano para 4.544 mortos e 2.060 feridos, dados que as organizações que operam no terreno admitem que possam ser mais elevados.
A ONU afirma que cerca de 700.000 pessoas estão atualmente deslocadas no país, metade das quais são crianças.
O Haiti está sem chefe de Estado desde que um grupo de homens armados invadiu a residência oficial presidencial e assassinou o Presidente Jovenel Moise no início de julho de 2021.
Posteriormente, e apesar de críticas e vários anos de instabilidade, o político e neurocirurgião haitiano Ariel Henry assumiu interinamente o cargo de primeiro-ministro.
Os grupos armados, acusados de numerosos assassínios, violações, pilhagens e raptos com pedido de resgate, decidiram, no início do ano, unir forças para derrubar Ariel Henry, forçando a sua demissão em março deste ano.
Desde então, foi instituído um Conselho Presidencial de Transição para levar a cabo a tarefa de pacificação e criar um Conselho Eleitoral Provisório para organizar as primeiras eleições numa década.
No passado dia 11 de novembro, foi empossado um novo primeiro-ministro, Alix Didier Fils-Aimé, que prometeu “restabelecer a segurança” no país, na sequência da destituição do seu antecessor, Garry Conille, pelo Conselho Presidencial de Transição, que dirige o executivo no país.
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