A “Marcha a Favor da Mulher e da Vida”, que foi do Paseo de la Reforma até o icónico monumento do Anjo da Independência da cidade, era composta principalmente por grupos católicos que se opõem à decisão da do Supremo Tribunal que no mês passado que descriminalizou o aborto no México.
"O governo (...) está a elevar o direito ao aborto como um direito de matar", declarou a manifestante Alma Bello, de 56 anos, à AFP. "Isso preocupa-nos muito, porque não é o sentimento da maioria dos mexicanos."
Uma maca foi colocada no palco do protesto para que o ginecologista Fernando Urquiza fizesse um exame de ultrassom a Ana, de 15 anos, que está com 38 semanas de gestação.
Imagens do interior do útero da adolescente foram transmitidas em telas enormes em ambos os lados do palco, acompanhadas por gritos e aplausos da multidão.
“Tudo certo, pronto para nascer”, afirmou o médico, que se disse “muito animado” por fazer parte do ato. Quando questionada sobre como se sentia durante o exame, Ana respondeu apenas que estava "bem".
Alison Gonzalez, ativista católica e líder do Passos pela Vida, o grupo que organizou a passeata, afirmou que não se tratava de uma resposta a qualquer evento em particular - como a decisão do Supremo Tribunal - mas sim uma demonstração de "apoio nacional às mulheres”.
“Precisamos de políticas que reconciliem o profissional com o materno, que garantam que possamos voltar para casa com segurança, que nos ajudem a seguir em frente diante de uma gravidez indesejada”, argumentou Gonzalez, de 26 anos, à AFP.
Numa mobilização altamente organizada, grupos chegaram em autocarros de cidades distantes com participantes carregando centenas de faixas, cartazes e placas na cor azul claro característica do movimento internacional “pró-vida”.
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