A sessão solene evocativa do 25 de Abril, assinalada em período de luto nacional pela morte do Papa Francisco, registou poucas as diferenças para as celebrações de outros anos. Na sala de sessões, dezenas de cravos "pintaram" o púlpito e bancada do Governo, enquanto se exibia, em quatro telas gigantes, um filme alusivo ao primeiro ato eleitoral para a Assembleia Constituinte. Como é habitual, havia muito mais cravos nas bancadas da esquerda do que nas da direita.
No hemiciclo foram-se juntando os convidados, com destaque para deputados da Assembleia da Constituinte. Marcaram presença nas galerias, no dia em que se assinalam 50 anos das primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte, 34 antigos deputados e acompanhantes do órgão responsável pela redação da Constituição Portuguesa de 1976, tendo sido enviados 100 convites, de acordo com fonte do protocolo.
Na sala de convidados, reuniram-se, como é habitual, os membros da mesa da Assembleia da República, bem como os líderes parlamentares de todos os partidos e o primeiro-ministro, aos quais se juntou o presidente do parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, por volta das 09:40.
Dos dois antigos chefes de Estado ainda vivos marcou apenas presença o general Ramalho Eanes. Cavaco Silva este ausente.
Ainda com meia hora para o início da sessão, destacava-se o ânimo do candidato presidencial e conselheiro de Estado Luís Marques Mendes, que aproveitou a chegada antecipada para confraternizar com alguns deputados no bar do parlamento, de onde seguiu para sala de sessões para, junto à bancada governamental. Por lá manteve a conversa com membros do Governo e deputados de diferentes bancadas.
Do Governo, os primeiros a chegar às bancadas foram os ministros da Presidência, António Leitão Amaro, e dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, ambos de cravo na mão. Na bancada governamental, cada lugar tinha a flor que marcou a Revolução de Abril.
Por volta das 09:45 horas o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - que faz hoje o seu último discurso no 25 de Abril como chefe de Estado -, chegou ao parlamento, sendo recebido pelo presidente do Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco com honras militares, com a execução do hino nacional pela banda e fanfarra, depois de içado o pavilhão presidencial.
O chefe de Estado chegou sem cravo vermelho ao parlamento, mas entrou na sala de sessões já com o símbolo da Revolução na mão direita. As três principais figuras do Estado apresentaram-se de gravata escura.
Às 10h01, imediatamente antes de o presidente da Assembleia da República dar início à sessão, voltou a ouvir-se o hino nacional, desta vez interpretado pelo grupo coral juvenil do Instituto Gregoriano de Lisboa.
Pouco minutos depois da hora marcada, Aguiar-Branco abriu a sessão com a leitura de um voto de pesar pelo falecimento do Papa Francisco, aprovado por unanimidade, seguindo-se um minuto de silêncio.
*Com Lusa
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