Na apresentação do ciclo, a Casa da Música destaca este como um festival que “continua a revelar a melhor música que se faz sob a capa abrangente de um género marcado pelo culto da improvisação e da inovação”.
“Entre nomes consagrados e novos valores, todas as tendências do jazz são bem-vindas”, pode ler-se.
O programa arranca com o quarteto de Martin Sued, pelas 22:00 de 10 de outubro, no Café da Casa da Música, com o compositor e músico argentino a atuar num grupo em nome próprio, com que editou o disco “Iralidad”, depois de interpretar o bandoneón (um tipo de concertina popularizado na Argentina) no Tatadios Cuarteto, no duo Sued-Nikitoff e no Chiche Trio.
No dia 13, o norte-americano Theo Croker, um dos novos talentos do trompete, traz à Casa da Música “Star People Nation”, disco lançado este ano e aqui apresentado com Shekwoaga Ode (bateria), Eric Wheeler (baixo) e Michael King (teclados).
Croker é neto de Doc Cheatham (1905-1995), outro nome importante no jazz nos Estados Unidos, e tem-se dividido entre a inovação dentro do género e o trabalho com músicos hip hop, como J. Cole ou Common, cruzando também os campos do pop, do soul e do funk.
A comemorar 50 anos, o Art Ensemble de Chicago passa pelo Porto em digressão internacional, com dois ‘resistentes’ da formação original, Roscoe Mitchell e Don Moye, numa sessão de dia 15 antecedida pelo concerto de Ilhan Ersahin, músico natural da Suécia que fez das sessões em Istambul, a explorar o jazz e funk a partir da música turca, o principal corpo de trabalho.
No dia 17, o saxofonista brasileiro Esdras Nogueira reinterpreta o álbum “Transa”, lançado por Caetano Veloso em 1972, num espetáculo intitulado “Em Transe”, ao juntar a música brasileira ao jazz mas também ao afrobeat, um ritmo proveniente da música de origem africana.
No dia 20, o coletivo brasileiro de choro Água de Moringa junta-se ao pianista Carlos Fuchs, já depois do quinteto de Wojtek Mazoleweski, seguindo-se, no dia 22, novos sons brasileiros, com um grupo que celebra 60 anos de bossa nova e a dupla João Cavalcanti e Marcelo Caldi.
A 24, chega a vez do grupo ucraniano Pokaz Trio, liderado pelo pianista Andrei Pokaz, acompanhado pelo baixista Yevgeny Myrmyr e o baterista Serhii Balalaiev, dedicado ao cruzamento do jazz “com a música clássica, música do mundo e eletrónica”, em particular no álbum “Kintsugi”.
A 27, é a vez do trio de Rabou Abou-Khalil, Joachim Kühn e Jarrod Cagwin, uma mistura de sons do Líbano, Alemanha e Médio Oriente, revisitando o disco de 2004 “Journey To The Centre of an Egg”.
A primeira parte traz ao festival um nome português, com Ricardo Toscano a liderar um trio completo com Géraud Portal e Ali Jackson, tendência que continua no dia 30 com o guitarrista Manuel de Oliveira, primeiro, e o quarteto de Rodrigo Amado, depois, aqui acompanhado por Joe McPhee, Kent Kessler e Chris Corsano.
No último dia de outubro, o casal russo Oleg Butman e Natália Smirnova trazem a Portugal o disco de 2017 “Moment of Happiness”, mais próximo do swing e com Smirnova a juntar a voz ao piano.
Mark Guiliana encerra o ciclo pelas 21:30 de dia 04 de novembro, líder da banda Beat Music, um disco marcado pelos ritmos eletrónicos e vocalizações, expondo “a ingenuidade sonora e virtuosismo percussivo” do baterista norte-americano.
Comentários