“Dulcineia”, com produção da Bando à Parte, é a terceira longa-metragem de Artur Serra Araújo e parte do romance “O ano sabático”, de João Tordo, com o ator António Parra no duplo papel de um contrabaixista e de um pianista, fisicamente parecidos, completamente desconhecidos, mas unidos por estranhas coincidências.
“Os dois enfrentam o enigma de terem composto acidentalmente uma obra musical idêntica”, refere a sinopse do filme, que conta ainda no elenco com Alba Baptista, Nuno Nunes e Maria Leite, entre outros.
“A morte de uma cidade” é a primeira longa-metragem documental de João Rosas e aborda a transformação de uma cidade a partir do estaleiro de uma obra no Bairro Alto, em Lisboa, em que uma antiga tipografia dá lugar a apartamentos de luxo.
Produzido pela Terratreme Filmes, “A morte de uma cidade” venceu em 2023 o prémio de melhor documentário Doc Alliance e no ano anterior estreou-se no festival DocLisboa.
Na semana seguinte, a 12 de setembro, o mapa das estreias conta com dois filmes portugueses e uma coprodução luso-espanhola.
Miguel Loureiro e Isabel Abreu protagonizam “Rei Ubu”, uma adaptação de uma peça de Alfred Jarry, do século XIX, pelo realizador Paulo Abreu.
“Ubu, instigado pela sua esposa, assassina o Rei Venceslau e usurpa o trono da Polónia. Embriagado pelo poder, este personagem grotesco e covarde exerce o seu reinado de forma absurda e cruel, levando o país à ruína”, resume a produtora Uma Pedra no Sapato.
Rodrigo Areias, realizador e produtor de Bando à Parte, estreia também no dia 12 “A pedra sonha dar flor”, baseado em obras do escritor Raul Brandão, em particular “A morte do palhaço”.
“Numa casa de hóspedes da Vila Hu´mus, perdida nos confins da ria, sobrevive-se num tempo sombrio. K. Mauri´cio, escritor, mergulha na sua obra ‘A Morte do Palhaço’, tornando-se refém de sonhos impossíveis”, refere a sinopse.
K. Maurício é a personagem de “A morte do palhaço”, que Raul Brandão descreve nas primeiras páginas como “o homem do violino”, um artista que “parecia mais uma sombra aureolada que um homem”.
A estes dois filmes junta-se “Justiça Artificial”, do realizador espanhol Simón Casal, coproduzido pela Ukbar Filmes que o apresenta como “um dos primeiros filmes do ano sobre Inteligência Artificial (IA)”.
Nesta ficção, o governo espanhol anuncia um referendo para introduzir IA no sistema judicial e que, na prática, levaria à substituição de juízes em todo o país. Afonso Pimentel, Lúcia Moniz e Marco d’Almeida integram este ‘thriller’.
A 19 de setembro, estreia-se “Grand Tour”, a longa-metragem de ficção que valeu a Miguel Gomes o prémio de melhor realização no Festival de Cinema de Cannes, um feito inédito no cinema português.
“Grand Tour” conta a história de Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público que foge da noiva Molly (Crista Alfaiate), numa viagem cheia de melancolia pela Ásia no início do século XX.
Rodado a preto e branco num estúdio em Itália, o filme interceta a narrativa com imagens contemporâneas captadas pelo realizador num périplo a Oriente, por exemplo, em Myanmar (antiga Birmânia), Vietname, Tailândia e Japão.
“Grand Tour” foi produzido por Uma Pedra no Sapato, em coprodução com Itália, França, Alemanha, China e Japão.
Na última semana de setembro estreiam-se “Chuva de verão”, uma primeira obra de António Mantas Moura, e “Ospina Cali Colômbia”, documentário de Jorge de Carvalho.
“Chuva de verão” é sobre um grupo de amigos que se reúne todos os anos nas férias. Porém, “os laços que antes eram tão fortes como família são postos à prova por novas dinâmicas no grupo: elementos novos, duelos interiores e o confronto com os ecos do passado”, afirma a Cinemundo, que distribui.
O elenco é composto por Inês Aguiar, Filipe Amorim, Índia Branquinho, Francisco Faria, Duarte Melo, João Pedro Dantas, Alice Ruiz e Paula de Magalhães.
“Chuva de verão” foi escrito, produzido e realizado por António Mantas Moura, pela produtora Blue Boy Pictures, que cofundou, depois de ter trabalhado, por exemplo, em direção criativa, fotografia de cena.
“Ospina Cali Colômbia” regista um encontro entre o realizador Jorge de Carvalho e o cineasta colombiano Luis Ospina, em Lisboa em 2018, por ocasião de uma retrospetiva no festival DocLisboa.
O filme aborda a vida e a filmografia de Ospina e revela reflexões pessoais não só sobre cinema como também a história recente da Colômbia. Luis Ospina viria a morrer em 2019, com 70 anos.
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