Em antecipação do Dia Mundial da Água, que se assinala a 1 de outubro (quinta-feira), a organização ambientalista portuguesa que trabalha em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), defende que é necessário limitar o consumo de água em algumas bacias do país, como Sado, Mira e Barlavento algarvio para prevenir que no futuro a água não falte às populações dessas regiões.
Num relatório intitulado “O Futuro tem menos Água”, a organização analisa os efeitos das alterações climáticas e alerta que Portugal tem cada vez menos água disponível.
“Devido ao aumento global da temperatura, a verões mais longos, menos chuva no inverno e, consequentemente menos água a infiltrar-se na terra, o nosso país tem atravessado secas cada vez mais frequentes e prolongadas”, mesmo em zonas onde não era habitual, lê-se no documento.
Para a ANP/WWF, é necessário “agir o quanto antes” e já não basta apelar ao consumidor para poupar água ou melhorar a eficiência das redes de abastecimento.
“O futuro vai ter menos água, e é essencial que todos nós tenhamos esta consciência. Deve partir dos nossos governantes preparar esta realidade, limitando o consumo em algumas bacias portuguesas, permitindo apenas os consumos onde tenham garantia de abastecimento e promovendo medidas efetivas para proteger os recursos hídricos em particular no sul do país”, adverte a organização dedicada ao ambiente.
Portugal “consome mais do que as suas disponibilidades numa ótica de segurança e prevenção de riscos”, particularmente em situações de seca como a que se tem vivido, fruto de “uma sequência de anos pouco chuvosos e cujos efeitos são agravados pelas alterações climáticas”, sustenta a ONG.
Esta situação é mais gravosa no setor agrícola, maior consumidor de água e também aquele que exerce uma maior pegada hídrica sobre os recursos, quer do País quer dos restantes países donde importamos bens que necessitam de água para serem produzidos.
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