Esta é a terceira edição do FLIQ, que tem procurado levar escritores algarvios de destaque na Cultura portuguesa até à aldeia típica de Querença, situada no interior do concelho de Loulé, para demonstrar que os eventos culturais também podem ser feitos fora dos grandes centros urbanos e em territórios denominados de baixa densidade, disse à agência Lusa Marinela Malveiro, da comissão organizadora do festival.
Marinela Malveiro disse que o festival, organizado pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro, tem este ano por tema “a literatura e a ilustração” e vai “evocar as palavras nas suas mais variadas formas – cantadas, ditas, escritas -“, mas tem sobretudo o objetivo de “chamar a atenção para nomes que nasceram no Algarve e que, pelo mundo e pelo país, estão a levar a língua portuguesa e a cultura e são de facto expoentes máximos dessa cultura”.
“O destaque vai para a homenagem a Gastão Cruz, escritor que por mais de 50 anos da sua vida dedicados à poesia, à criação literária e à escrita, e de facto distinguir um escrito algarvio vivo faz parte do ADN do FLIQ”, afirmou a integrante da comissão organizadora, lembrando que, no primeiro ano, o destaque foi para Casimiro de Brito e, no segundo, para Teresa Rita Lopes.
A organizadora explicou que, ao ter conhecimento de que “haveria esta homenagem a Gastão Cruz em Querença – com um dia dedicado a ele, com exposições, conferências e leituras” -, a aldeia algarvia passou a ser “o lugar e o palco ideal para formalizar esta distinção, que já ocorreu no dia 19 de julho e que agora finalmente é entregue com o escritor presente”, perante familiares, amigos e admiradores.
“O Ministério da Cultura, ao distinguir o Gastão Cruz com esta medalha de mérito cultural, e ao ser entregue em Querença no decurso do FLIQ, obviamente que muito honra a Fundação Manuel Viegas Guerreiro e dignifica naturalmente o Festival Literário Internacional de Querença”, acrescentou.
Marinela Malveiro salientou ainda a participação no festival de várias cartunistas internacionais, entre elas Rayma Suprani, que foi “censurada na Venezuela e exilou-se em Miami” e vai estar presente em Querença, ou Cécile Bertrand, uma belga que irá estar numa “conferência mais temática e ligada à ilustração”.
O FLIQ decorre até domingo com vários painéis, exposições e concertos, contando com presenças de autores e investigadores, antes de terminar com o antigo ministro Guilherme d’Oliveira Martins, numa conferência sobre “Património Cultural — Realidade Viva”.
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