"Não temos de fazer as coisas da mesma forma que os homens", afirmou a co-realizadora do documentário, que é a primeira colaboração entre a Netflix e a produtora Higher Ground de Michelle e Barack Obama.

O segredo para o avanço das mulheres realizadoras, num ano em que a Academia só nomeou homens para a principal categoria de realização, será a "irmandade, que é outra forma de dizer solidariedade, que é outra forma de dizer apoiem-se umas às outras", considerou a veterana dos documentários.


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"Quando vim aos Óscares pela primeira vez, em 1977, isto era um mar de homens brancos", lembrou. "Está a melhorar. Como é que isso aconteceu? Não foi por causa de mulheres individuais", continuou.

Reichert disse que parte do que mudou é que na indústria as mulheres perceberam que era preciso trabalharem em conjunto. As mulheres passaram a poder escolher o seu caminho e devem "apoiar-se umas às outras", não entrar "no clube dos rapazes" para chegarem ao sucesso.

"Uma Fábrica Americana" retrata a fábrica chinesa Fuyao em Moraine, Ohio, e as tentativas de formar um sindicato de trabalhadores num contexto de choque de culturas, com diferentes perspetivas do que é ética de trabalho na China e nos Estados Unidos.

O Óscar de melhor documentário foi apresentado no Dolby Theatre pelo ator Mark Ruffalo, que notou que quatro dos cinco documentários de longa-metragem na corrida pela estatueta dourada foram realizados ou co-realizados por mulheres.

Também na categoria de melhor documentário em curta-metragem venceu uma mulher, Carol Dysinger, por "Learning To Skate in a Warzone (If You're a Girl)", que abordou a questão do olhar feminino em Hollywood e deixou um conselho às mulheres que querem seguir este caminho.

"Perguntem-se porque devem ser vocês a contar esta história", disse. "Perguntem-se porque querem fazer este filme. A resposta pode não ser imediata".

Lista completa dos vencedores da 92.ª edição dos Óscares

Aqui segue a lista completa dos vencedores da 92.ª edição dos Óscares, os prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos:

Melhor filme:

"Parasitas" - Kwak Sin Ae e Bong Joon Ho

Melhor realização:

"Parasitas" - Bong Joon Ho

Melhor ator:

Joaquin Phoenix - "Joker"

Melhor ator secundário:

Brad Pitt - "Era Uma Vez em... Hollywood"

Melhor atriz:

Renée Zellweger - "Judy"

Melhor atriz secundária:

Laura Dern - "Marriage Story"

Melhor fotografia:

"1917" - Roger Deakins

Melhor argumento adaptado:

"Jojo Rabbit" - Taika Waititi

Melhor argumento original:

"Parasitas" - Bong Joon Ho & Han Jin Won

Melhor filme internacional:

"Parasitas" - Bong Joon Ho (Coreia do Sul)

Melhor filme de animação:

"Toy Story 4" - Josh Cooley, Mark Nielsen e Jonas Rivera

Melhor curta-metragem de animação:

“Hair Love” - Matthew A. Cherry e Karen Rupert Toliver

Melhor documentário:

“American Factory” - Steven Bognar, Julia Reichert e Jeff Reichert

Melhor documentário em curta-metragem:

"Learning to Skateboard in a Warzone (If You're a Girl)" - Carol Dysinger e Elena Andreicheva

Melhor curta-metragem:

“The Neighbors' Window” - Marshall Curry

Melhor cenografia:

“Era Uma Vez... em Hollywood” - Barbara Ling e Nancy Haigh

Melhor montagem:

“Le Mans '66: O Duelo” - Michael McCusker e Andrew Buckland

Melhor caracterização:

“Bombshell - O Escândalo” - Kazu Hiro, Anne Morgan e Vivian Baker

Melhor guarda-roupa:

“Mulherzinhas” - Jacqueline Durran

Melhor banda sonora original:

“Joker” - Hildur Guðnadóttir

Melhor canção:

"(I'm Gonna) Love Me Again”, de “Rocketman”, Elton John e Bernie Taupin

Melhor montagem de som:

“Le Mans '66: O Duelo” - Donald Sylvester

Melhor mistura de som:

“1917” - Mark Taylor e Stuart Wilson

Melhores efeitos visuais:

“1917” - Guillaume Rocheron, Greg Butler e Dominic Tuohy