Trata-se do espetáculo L'USAfonia, que se iria celebrar no dia 27 de fevereiro no teatro São Luiz, em Lisboa, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

O objetivo do concerto, como indicado na agenda da CML, era celebrar o mês da História Negra dos Estados Unidos da América (Black History Month), que acontece anualmente em fevereiro. O espetáculo musical iria incluir a participação de músicos lusófonos para se fazer uma viagem pela música negra do cancioneiro norte-americano.

O espetáculo já tinha acontecido o ano passado com temas do período entre 1965 e 1975, passando pelo soul, jazz e r&b, e iria acontecer de forma gratuita.

Segundo a CNN Portugal, a suspensão do evento é anunciada num email enviado esta quinta-feira ao teatro, em que a missão diplomática norte-americana em Portugal informa que "não vai poder participar na edição deste ano do L'USAfonia".

"As ordens executivas do Presidente Trump quanto a atividades de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no setor federal ordenam as agências do ramo executivo dos EUA a terminar todos os programas que promovem a DEI a todos os níveis e atividades, independentemente da localização do parceiro ou do programa", é indicado no email, citado pela CNN Portugal.

"Nesse sentido, a Missão dos EUA em Portugal não vai poder participar na edição de 2025 do evento L'USAfonia", é adiantado no mesmo email. "Agradecemos todo o trabalho de todos que contribuíram para fazer do L'USAfonia um projeto de sucesso".

Contactada pelo SAPO24, a EGEAC, a empresa que gere a Cultura na capital e o teatro São Luiz, confirmou que o evento previsto para dia 27 de fevereiro 2025 "foi cancelado por indicação dos seus promotores e organizadores, a Embaixada dos EUA em Lisboa".

O ano passado, o evento foi um momento celebrado nas redes sociais da Embaixada dos EUA ainda sob a antiga administração.

Recorde-se que a ordem executiva assinada por Trump na semana passada ordena ao ramo federal que cancele todos os programas DEI "ilegais e imorais" que o governo Biden implementou, encorajando também o setor privado a "pôr fim às preferências e discriminação ilegal DEI", sendo que a nova administração considera que "violam o texto e o espírito das leis federais de longa data relativas aos direitos civis".