
Durante o Fórum Económico Luso-Francês, que contou com a presença do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e do presidente francês, Emmanuel Macron, a produção de corvina entrou na agenda com o anúncio do investimento de 16 milhões de euros na SEAentia, empresa fundada em Cantanhede e que se propõe liderar o mercado da produção de corvina em aquacultura com suporte de sistemas de recirculação que garantem sustentabilidade e qualidade ao processo.
Fundada em setembro de 2017 por João Rito, Nuno Leite, John Jones e Sónia Rito, a SEAentia traduz bem no nome a origem dos seus fundadores e a ligação à ciência: um mestre em biologia (João Rito, também presidente da BlueBio Alliance), um mestre em ecologia (Nuno Leite), um doutorado em química aplicada (John Jones) e uma mestre em ciências económicas (Sofia Rito).
Contaram com o apoio inicial de Thierry Loustau, CEO da Kalkin Capital, empresa de capital de risco sediada em Aveiro, e da empresa All The Way, empresa de consultoria fiscal e assessoria financeira sediada no Porto e, em 2021, começaram com um projeto piloto em Peniche, focado na aquacultura de corvina utilizando sistemas de recirculação. Como os próprios descrevem, "este passo pioneiro, preparatório para uma produção de grande escala, visa dominar o cultivo de corvina até ao tamanho comercial (2,5 kg)".
O objetivo da SEAentia é produzir corvina de alta qualidade com métodos inovadores como os sistemas de recirculação (RAS), que garantem um ciclo de produção constante e responsável, com foco no bem-estar animal.
Com a captação de 16 milhões de euros, provenientes do Blue Fund da Indico Capital Partners e do Programa Mar2030, a SEAentia quer reforçar a sua equipa e avançar para a fase industrial do projeto, impulsionando a produção comercial de corvina através de sistemas RAS.
“Estamos entusiasmados por apoiar a produção sustentável de Corvina. É inevitável que a maioria do peixe consumido no planeta venha da aquacultura, assim como a maioria das espécies terrestres já são criadas em vez de serem selvagens. No entanto, temos de garantir que o futuro da aquacultura seja sinónimo de qualidade e sustentabilidade – algo que encontramos na SEAentia”, declarou Stephan de Moraes, Presidente da Indico Capital Partners.
Além disso, o financiamento (que pode ser aumentado em mais 8 milhões de euros), deverá também permitir à SEAentia implementar uma infraestrutura de grande escala no porto de Peniche, estabelecendo a sua capacidade de produção, que se estima atingir 700 toneladas anuais de corvina de alta qualidade, seguindo critérios de sustentabilidade.
“Este investimento da Indico e o apoio do Mar2030 vão permitir a criação da primeira unidade mundial de produção de corvina com sistemas de recirculação. Isto permitirá responder à crescente procura e exportar esta espécie em larga escala, com elevada qualidade”, adiantou o residente da SEAentia, João Rito.
A visão da empresa para o futuro é liderar a produção comercial de corvina utilizando RAS, controlando todo o ciclo produtivo num sistema ambientalmente responsável. A ambição de João Rito é que a SEAentia inicie a comercialização em 2028, consolidando-se como um exemplo no setor da aquacultura sustentável.
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