A hackathon "Hack For Peace" arranca esta sexta-feira, dia 21 de outubro, e estende-se durante o fim de semana, até dia 23. O evento é organizado pela Sigma Software (empresa de software ucraniana do Sigma Group, um dos maiores do mercado escandinavo, que se mudou recentemente para Portugal) e a Tech Nation UK.
Durante estes dias, presencialmente e online, programadores, empreendedores, mentores e investidores oriundos de Portugal, Ucrânia, Reino Unido, Polónia e Suécia vão procurar encontrar soluções e produtos inovadores para dar resposta aos problemas relacionados com a guerra.
Neste âmbito, o desafio da hackathon passa por encontrar maneiras de lidar com quatro áreas essenciais para manter uma nação em guerra, nos dias de hoje, a funcionar:
- Cibersegurança, higiene informativa e guerra mediática;
- Saúde Mental;
- Educação de crianças;
- Logística.
Segundo a mensagem da organização, o evento surge porque a guerra na Ucrânia, um "país pacífico", veio demonstrar que "ninguém se deve sentir seguro". E é por isso que muitas empresas e governos estão a criar e a atualizar os seus planos de contingência, de modo a que estejam mais bem preparados para a eventualidade de no futuro se verem numa situação semelhante.
"Piratear" pelo futuro e pela paz
A "Hack for Peace", de resto, não é um esforço de só um país, mas de vários. E vai juntar diferentes experiências, culturas empresariais e competências. Até porque, como a organização adiantou ao The Next Big Idea (TNBI), construir soluções tecnológicas para resolver problemas de guerra e promover a paz é "muito importante".
"A maior guerra desde a II Guerra Mundial está a acontecer neste momento. Todos, especialmente os europeus, devem compreender isso", explica Den Smyrnov, Media Relations. Nesse sentido, "as soluções tecnológicas podem definitivamente ajudar as empresas, os governos e a generalidade das pessoas a estarem melhor preparados para estas possíveis ameaças. A inovação é a ferramenta certa para isso".
Além de acontecer simultaneamente em Portugal (no GDI Hub em Oeiras, contando com o apoio da Startup Lisboa, GDI Hub, LACS, Startup Portugal, Embaixada ucraniana e da Microsoft), no Reino Unido, na Polónia e na Suécia, o evento tem também lugar em Lviv, na Ucrânia.
"Os ucranianos sabem agora como trabalhar nas circunstâncias mais inesperadas e críticas. Trabalhar a partir de abrigos antibomba tornou-se a nossa nova norma, infelizmente", lamenta.
Apesar disso, a empresa mostra-se "determinada e confiante" no que está a fazer. "Compreendemos que também estamos a lutar, neste caso, na frente económica. Hoje em dia, é de vital importância para o nosso país", sublinha Den.
Para a Sigma Software, este evento assume contornos maiores, uma vez que desde o início da guerra que a empresa tem vindo a ajudar a Ucrânia ao criar "soluções antiguerra e sociais, contribuindo para o crescimento do ecossistema tecnológico ucraniano", remata.
Neste tempo, o que foi feito?
- Angariaram 3,42 milhões de dólares entre os empregados, clientes e parceiros para ajudar o exército e refugiados ucranianos;
- Criaram uma plataforma que liga os anfitriões suecos aos deslocados ucranianos;
- Criaram um chatbot para a cidade de Kharkiv que permite aos residentes verificar o estado das suas casas depois de as áreas onde se encontram terem sido bombardeadas;
- Aumentaram e atualizaram a iniciativa Femmegineering para ajudar as mulheres refugiadas a iniciarem as suas carreiras nas TI;
- Ajudaram a organizar o pavilhão ucraniano na Web Summit 2022.
No total, em 2022, a Sigma Software abriu mais de 10 novos escritórios na Polónia, Portugal, República Checa, Hungria, Bulgária, Alemanha, Argentina, Colômbia e México.
Foram também recebidos mais de 50 novos projetos, elevando o número total para 300.
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