Numa informação enviada à agência Lusa, a rede social Facebook dá conta de que “tornou a luta contra a desinformação na [sua] principal prioridade”, estando a tomar medidas “para defender a integridade das informações e das conversas […], o que é fundamental neste período eleitoral”.
Uma dessas medidas é, assim, o alargamento desta rede de ‘fact checkers’, que em Portugal será composta pelo Observador. O jornal, assim como os outros meios de comunicação incluídos, terá como tarefa o combate à disseminação de notícias falsas (as chamadas ‘fake news’).
Segundo o Facebook, isso passa por identificar exatamente que notícias são falsas através de um processo de análise dos factos contidos nos artigos duvidosos.
Depois, os ‘fact checkers’ vão assinalar se se trata ou não de uma notícia falsa e, em caso afirmativo, essa indicação vai aparecer para os utilizadores do Facebook.
Acresce que os conteúdos falsos serão colocados no fundo do ‘feed’ de notícias (página de destaques) da rede social, evitando que os utilizadores os leiam.
O Facebook estima que, após uma notícia naquela rede social ser classificada como falsa, tenha uma redução de 80% na sua distribuição.
Relativamente às páginas ou ‘sites’ que, repetidamente, partilharem notícias falsas no Facebook, terão como ‘castigo’ a restrição da sua participação na plataforma, não podendo, por exemplo, promover conteúdos ou rentabilizá-los, garante a empresa.
O Observador foi selecionado por pertencer à International Fact-Checking Network (IFCN), uma rede internacional de verificação de factos que atribui certificação para fazer este trabalho.
Além deste jornal português, a rede será alargada aos meios Ellinika Hoaxes (Grécia), FactCheckNI (Irlanda do Norte), Faktograf (Croácia) e Lavoce.info (Itália).
Ao todo, a rede de ‘fact checkers’ do Facebook é agora composta por 22 parceiros que irão fazer este trabalho em 14 idiomas europeus, como o português, croata, dinamarquês, francês, alemão, grego, italiano, espanhol, holandês, inglês, lituano, polaco, sueco e norueguês.
Tal como o Observador, todos os restantes parceiros da rede estão certificados pela IFCN e fazem parte de um consórcio liderado por aquela entidade que tem como foco as eleições europeias, o FactCheckEU.
As eleições europeias decorrem entre 23 e 26 de maio.
Para evitar desinformação durante a campanha, o Facebook vai ainda introduzir ferramentas como um ‘ranking’ intuitivo que evita que os utilizadores vejam conteúdos de baixa qualidade ou um botão com indicadores de confiança que mostram informação de contexto sobre esse mesmo artigo.
“Os sistemas do Facebook não são perfeitos e nunca serão”, admite a rede social na nota enviada à Lusa, garantindo, ainda assim, estar a “está a investir fortemente” contra a informação falsa.
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