“Deve abranger no prazo de três anos 75% da população de todas as freguesias dos Açores e, em 2025, 90% da população de cada uma das freguesias dos Açores. Este objetivo é comum às freguesias da Madeira e às freguesias de baixa intensidade em todo o continente”, adiantou João Cadete de Matos, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Açores.
Em 2018, a população residente nos Açores era de quase 243 mil pessoas, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
O regulamento da atribuição das faixas para o 5G já está em consulta pública e deverá disponibilizar comunicação através de banda larga móvel, com débito mínimo de 100 megabits (Mbps).
Está prevista ainda a instalação de pelo menos uma estação macro ou 10 ‘outdors’ de pequenas células em cada município dos Açores.
De visita à ilha Terceira, o presidente da Anacom alertou, também, para as falhas existentes na cobertura da rede de voz nos Açores, apelando para a partilha de antenas por parte dos diferentes operadores, num “roaming” nacional.
“O 5G é uma prioridade e uma oportunidade para o país, mas ainda há zonas do país em que não há 2G, não há comunicações através de voz em telemóvel. Nos Açores, há zonas em que a cobertura por telefone móvel ainda não é de qualidade”, frisou.
A instalação da tecnologia 5G vai obrigar à mudança de frequência da TDT, o que só deverá acontecer nos Açores no mês de junho.
“O objetivo do calendário que definimos é estar completo até final de junho. A empresa Altice pediu-nos mais duas ou três semanas no primeiro calendário que nos apresentou, mas perante a nossa insistência e a nossa convicção de que nenhuma razão explica que haja este adiamento de duas semanas, a expectativa que temos é que a Altice nos apresente um calendário revisto”, apontou João Cadete de Matos.
Para o presidente da Anacom, o facto de Açores e Madeira serem as últimas regiões do país a migrar de frequência da TDT será “um benefício, porque o processo vai estar bastante oleado”.
“Quando chegarmos aos Açores e à Madeira, o processo vai correr sobre rodas, também porque nos Açores e na Madeira a TDT tem uma expressão muito baixa. Muitas das pessoas veem televisão por cabo”, reiterou.
Segundo João Cadete de Matos, a Anacom vai fazer uma campanha de informação, com a ajuda das câmaras municipais, e terá técnicos na região para auxiliar quem necessitar de ajuda para sintonizar os televisores.
“Vamos ter a equipa da Anacom dos Açores, que tem oito pessoas, mas virão pessoas também da Anacom de Lisboa e do Porto, onde temos técnicos para ajudar neste processo”, revelou.
O presidente da Anacom alertou, ainda assim, para as tentativas de fraude.
“Não têm de comprar televisores novos, não têm de mudar as antenas, a única coisa que têm de fazer é, quando o televisor ficar a negro, pegar no comando e fazer a sintonia do novo canal”, salientou, lembrando que existe uma linha de apoio para este serviço (800 102 002).
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