O enviado dos Estados Unidos para a paz no Afeganistão, Zalmav Khalilzad, agradeceu hoje a cooperação dos talibãs e do Governo do Qatar na retirada de cerca de 250 cidadãos estrangeiros do país.
Uma companhia aérea paquistanesa anunciou hoje a realização, a partir de segunda-feira, de um primeiro voo comercial entre Islamabad e Cabul desde que os talibãs tomaram o controlo do poder no Afeganistão.
A Casa Branca anunciou hoje a partida do Afeganistão de 32 pessoas, 21 norte-americanos e 11 residentes permanentes nos Estados Unidos, por via aérea e terrestre.
A ONU denunciou hoje, em Genebra, a "violenta repressão" dos talibãs sobre manifestações pacíficas no Afeganistão, que causou pelo menos quatro mortes, e apelou ao novo regime afegão a respeitar o direito internacional.
Cerca de 200 estrangeiros abandonam hoje Cabul num avião em direção ao Qatar, pela primeira vez desde a saída dos soldados norte-americanos do Afeganistão no final de agosto, indicou fonte próxima da operação em Doha.
O Conselho de Estado pediu hoje à comunidade internacional respeito pelos direitos humanos e uma política de gestão das migrações solidária, numa reunião em que analisou as situações do Afeganistão e de Cabo Delgado, em Moçambique.
As mulheres afegãs, incluindo a equipa feminina de cricket do país, vão ser proibidas de praticar desporto, segundo avançou um membro da comissão cultural dos talibãs.
O ex-Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, cuja fuga em 15 de agosto abriu as portas de Cabul e do poder aos talibãs, apresentou hoje as suas desculpas ao povo afegão por ter conseguido garantir um melhor futuro para o país asiático.
A União Europeia e os Estados Unidos reagiram hoje negativamente à composição do Governo interino afegão, que inclui a velha guarda talibã, mas nenhuma mulher, e contraria as promessas de abertura do regime.
A diplomacia da União Europeia (UE) criticou hoje a formação do novo Governo afegão por não ser “nem inclusivo nem representativo” da diversidade étnica e religiosa, vincando que não corresponde “ao que os Talibãs prometeram nas últimas semanas”.
O ministro da Defesa defendeu hoje que a retirada das tropas da NATO do Afeganistão confrontou a União Europeia com a sua dificuldade em mostrar capacidade, relevância e iniciativa estratégicas e que devem ser retiradas as "devidas lições".
O Irão insistiu hoje na necessidade da formação de "um governo inclusivo" no Afeganistão para alcançar a paz no país, após o anúncio do novo governo afegão, composto exclusivamente por talibãs.
Os talibãs têm mostrado "pragmatismo" e devem ser julgados por suas ações como "governantes de facto" do Afeganistão, disse à agência de notícias AFP uma ministra do Qatar, país que ainda não reconhece o Governo dos talibãs.
A Áustria, a República Checa e a Eslováquia, três Estados-membros da União Europeia que partilham fronteiras, rejeitaram hoje a possibilidade de acolher refugiados afegãos, afirmando que "a Europa já não é lugar" para quem foge dos talibãs.
Os talibãs dispersaram hoje com disparos para o ar novas manifestações que denunciavam designadamente a violenta repressão no vale de Panjshir, norte do país, após terem advertido na segunda-feira que não tolerariam qualquer contestação ao seu poder.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse hoje que o Departamento de Estado está em contacto com os talibãs para serem efetuados voos adicionais de retirada de afegãos que queiram abandonar o Afeganistão, e estes garantiram "passagens seguras".
Os talibãs reivindicaram hoje a conquista da província nortenha de Panjshir, a única região do país que ainda não controlavam, apesar de a resistência local ter negado a captura e apelado ao prosseguimento dos combates por todo o país.
Os talibãs advertiram hoje contra qualquer tentativa de insurgência contra o domínio do grupo extremista e convocaram as forças armadas do ex-governo afegão a juntarem-se às tropas talibãs nos novos serviços de segurança do Afeganistão.
Os talibãs anunciaram hoje que controlam totalmente o vale de Panchir, onde se tinha organizado a resistência desde que o movimento tomou o poder no Afeganistão, em meados de agosto.
O ministro da Defesa afirmou hoje que “a bola está do lado” dos talibãs no que concerne ao seu eventual reconhecimento pela comunidade internacional, lembrando que lhes foram impostos cinco critérios para que isso aconteça.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exortou todos os afegãos a pararem de imediato com a violência no país, num relatório enviado este fim de semana ao Conselho de Segurança da organização.
As estudantes afegãs estão interditadas de frequentar aulas de classes mistas, obrigadas a usar abaya, o vestido negro tradicional em alguns países islâmicos, e a cobrir o rosto com um véu,´niqab`, segundo um decreto do regime talibã.
Perante tudo o que por lá está a acontecer, talvez pareça inútil falar das línguas do país. E, no entanto, serve para conhecermos um pouco mais do Afeganistão, para lá da imagem difusa das notícias. No fim, ainda encontramos a origem de algumas palavras muito nossas…
Várias organizações de direitos humanos alertaram hoje para a crise humanitária que se vive no Afeganistão, agravada pela falta de um novo governo estável no país depois de os talibãs terem assumido o poder a 15 de agosto.