Ventura diz que o governo "parece uma agência da Remax" e Montenegro oferece-lhe um terreno

Beatriz Cavaca
Beatriz Cavaca

SAPO24 esteve a acompanhar esta tarde a apresentação da primeira moção de censura ao governo de Luís Montenegro. Esta acontece menos de 11 meses depois de tomar posse pelo Chega.

O debate começou no parlamento, às 15h00, com o título “Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave”. A origem é a situação da empresa da qual Luís Montenegro foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à sua mulher e aos filhos de ambos.

Entre as intervenções mais marcantes dos vários grupos parlamentares destacou-se a do líder do Chega que destacou que: "Chegámos aqui porque este emprego se tornou uma agência de empregos e não um governo a trabalhar por Portugal". "Este governo mais parece uma agência da Remax", devido aos casos que surgiram nos últimos dias e que envolvem os ministros da Coesão, do Trabalho ou da Justiça, disse ainda.

Depois das múltiplas intervenções dos vários grupos parlamentares, o primeiro-ministro afirmou que: "Se André Ventura ou algum deputado da bancada do Chega conseguir demonstrar que as alterações à lei dos solos tem implicação na utilização e reconfiguração desta propriedade, eu sou menino para violar fortemente a minha consciência fraternal e oferecer este terreno ao Chega".

Enumerou ainda os patrimónios “do magnata imobiliário” que o Chega diz ser o primeiro-ministro e descreveu cada um dos terrenos, reforçando algumas características, como as árvores de fruto que cada um tem.

Em exemplos concretos disse que numa das casas passava férias e lembra-se do facto desta “não ter nem água nem luz”. “São estas propriedades o destino da lei dos solos”, ironizou.

Como foram as votações?

PSD, PS, Iniciativa Liberal, CDS-PP, Bloco de Esquerda, PAN e Livre votam contra moção de censura.

A moção contou ainda com abstenção do PCP. A favor, apenas teve o Chega e deputado não-inscrito Miguel Arruda.

Recorde-se que durante o debate todos os partidos acusaram o Chega de ter apresentado a moção de censura com o intuito de desviar a atenção das polémicas que têm envolvido membros do partido.

No total, participaram na votação 223 deputados, num universo de 230, e foram registados 171 votos contra, quatro abstenções e 49 votos a favor.

O período de votação eletrónica demorou alguns minutos uma vez que vários deputados estavam a participar nos trabalhos à distância e tiveram que indicar o seu sentido de voto à vez.

Durante este período, o presidente da Assembleia da Republica, José Pedro Aguiar-Branco, chegou mesmo a afirmar que dois deputados se tinham enganado no sentido de voto, situação que entretanto foi retificada.

No final, quando José Pedro Aguiar-Branco anunciou a votação final, os deputados das bancadas de PSD e CDS-PP levantaram-se para aplaudir.

*Com Lusa

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