Os jogos do Rio de Janeiro ainda não começaram e já se amontoam os problemas, desde raptos e roubos a obras atamancadas e poluição persistente. A recessão que assola o país e a incompetência crónica da gestão da cidade antecipam, para muitos, um resultado que vai do embaraçoso para o descalabro. Ain
Subitamente, num Verão manchado pelo sangue e pelo terror, um jogo veio abanar as vidas de milhões de pessoas e, ainda que por minutos, deixá-las fora da loucura que nos rodeia e entrar numa bastante mais pacata aventura: apanhar, com um telemóvel, bicharocos que julgávamos desaparecidos.
Nenhum país sobrevive se apenas puder optar entre velhas ilusões e novas privações. Mas é com isso que governo e oposição de direita estão a confrontar o país.
Daqui até novembro vai ocorrer-nos muitas vezes que deveríamos poder participar e votar nas eleições principais nos Estados Unidos da América. Faria sentido não ficarmos à margem na escolha daqueles cujas decisões afetam o nosso modo de vida, por exemplo ao avançarem para guerras e invasões que dese
O relatório da comissão de inquérito ao Banif, leia-se o projeto assinado pelo deputado socialista Eurico Brilhante Dias, faz um esforço de cronologia de uma falência anunciada e que deveria ter sido definida logo em 2012, de forma organizada, pelo anterior governo e pelo Banco de Portugal. Mas não
Há semanas em que todos aqueles que escrevem sobre o que se passa no mundo não evitam o que, em regra, tentam evitar. Ou seja, escrever sobre as mesmas coisas que outros já escreveram. Quem publica à sexta-feira, depois de uma semana intensa de acontecimentos (Nice, Turquia, Convenção Republicana, p
Às vezes pergunto-me: que mais pode a candidatura de Donald Trump fazer, a começar no próprio candidato, para demonstrar que não quer governar um país, mas quer montar um circo romano em Washington? A esta pergunta, espanto dos espantos, responde o "povo" com apoios, aplausos, uma Convenção rendida
Terrorismo, derrocada da banca, extremismos. O pior caminho que podemos trilhar é o de olhar para isto tudo como uma nova normalidade, encontrando um outro equilíbrio e o conforto possível. Porque daí não virão nunca respostas, nem soluções, nem mudanças tão firmes quanto sensatas.
A questão do racismo sempre foi uma questão nos Estados Unidos. (Não quer dizer que não seja noutros países, mas cada um tem a sua maneira de não saber lidar com ela.) Nos EUA o problema nem cresce nem decresce – rola como uma onda, com altos e baixos. Ultimamente, a onda está em alta. Porque a polí
Será que poderemos contrariar a perda do sentido do tempo? Cada dia há um qualquer acontecimento que remove e monopoliza o foco que incidia sobre o que tinha acontecido 24 horas antes, sem termos tido tempo para, em volta do caso anterior, tentar encontrar uma resposta justa que nos conduza à espera
O que se está a passar com a Caixa Geral de Depósitos é escandaloso e deveria fazer corar de vergonha o ministro das Finanças, Mário Centeno: o maior banco do país está parado há pelo menos seis meses e, pior, numa situação de incerteza total em relação à equipa, à estratégia e ao capital. Como se n
Somos campeões europeus de futebol há uma semana, e desde há dois dias que sofremos em francês com Nice. Esta é uma reflexão sobre portugueses e franceses, o que os une e o que os separa. Entre o conto de fadas e o filme de terror, há uma realidade feita de cumplicidade, oportunidade e algumas desin
O Conselho de Estado, como toda a gente sabe, é um órgão consultivo do Presidente da República, que reúne quando este quer, para falar sobre o que entender. Cavaco Silva, que tinha poucas dúvidas e nunca se enganava, reuniu o CE apenas uma dúzia de vezes em dez anos – o que quer dizer que não lhe da
O Presidente da Republica condecorou ontem os cinco atletas medalhados no Campeonato Europeu de Atletismo que, azar dos azares, decorreu em simultâneo com a fase final do Europeu de Futebol - e por isso perdeu a batalha pelo mediatismo e a notoriedade que os tempos actuais promovem, mesmo quando que
Entretidos em discussões rascas e estéreis entre blocos partidários já perdemos o fio ao essencial (admitindo bondosamente que alguma vez o tivemos): como saímos desta enrrascada que se vai arrastando, uma vezes melhor e outras pior, mas sem que haja uma estratégia entendível que garanta o mínimo do
"It"s okay, mommy, don"t be scared, I"m right here with you." Nós, portugueses, estamos cheios de entusiasmo com as tantas inesquecíveis imagens dos campeões do futebol – já agora, bravos também para as campeãs do atletismo –, mas aquela voz e as imagens de Dae"Anna que com os seus quatro anos de id
Portugal é campeão europeu de futebol, um destino que estava longe de estar nas estrelas, foi uma vitória improvável de uma equipa em que poucos acreditavam e de um líder – Fernando Santos – que deitou fora o que é a tradição de jogar bem e de ser o campeão moral. Uma equipa eficiente, produtiva e c
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, foi orador numa conferência organizada pela Universidade de Navarra onde, naquele jeito cabisbaixo de quem quer passar despercebido, partilhou com a audiência a sua visão sobre o que faz falta nestes tempos pós-Brexit. Disse Constân
Anualmente, a prestigiada e atenta revista "Monocle" dedica parte de uma edição ao ranking das melhores cidades do mundo para viver. A lista é elaborada a partir de uma série de critérios, nem todos óbvios, mas todos ligados à vida quotidiana das cidades: desde a facilidade em jantar depois das dez
A cada dia que passa a Europa torna-se um local mais instável. Em caso de tempestade, a debilidade da nossa economia, das nossas finanças e dos nossos bancos fará de Portugal uma das primeiras vítimas. Tudo isto recomendaria um reforço da cautela, das margens de segurança e de "dinheiro nos cofres"
A guerra em curso ainda não entrou na Península Ibérica (desde a tremenda matança nos comboios suburbanos de Madrid, em março de 2004) mas estamos todos na linha de mira. Eles, os terroristas, escolhem lugares que estão no percurso da nossa satisfação: esplanadas, restaurantes, bares, geladarias, te
Marcelo Rebelo de Sousa anda a pedir consensos há meses, o PS e o PSD fizeram-lhe a vontade, numa espécie de união nacional contra a Comissão Europeia e a possibilidade de sancionar Portugal por mau comportamento orçamental. É claro que escolheram a pior das bandeiras, pelos piores motivos. O PSD qu
Não, não é um engano. A frase-talismã da selecção portuguesa virada do avesso é perfeita para retratar aquilo a que estamos a assistir por estes dias na Europa das nações. A sucessão de declarações infelizes, a falta de vontade para o consenso, as velhas intrigas e rivalidades postas a nu. Começa as
Oito dias depois, passado o choque inicial, as cabeças arrefecem e os comentários sobre o resultado do referendo no Reino Unido vão mudando de tom. No começo, parecia uma maré alta em tempos de marés vivas - e a histeria atravessava os que defendiam o brexit tanto quanto os que julgavam essencial a