Quais os limites do humor? Existem piadas de mau gosto? Existem temas intocáveis? Devemos censurar humoristas? Tantas perguntas, por isso é que o texto é longo.
Há pouco, li o título dum jornal a passar por mim, a grande velocidade, pelo Facebook: "Turistas apresentam quatro queixas por mês contra taxistas". Quando dei por mim, já tinha perdido a notícia e não consigo saber em que jornal apareceu. (Sim, eu sei que há o Google, mas hoje não me apetece.)
Fala-se muito dos limites do humor, mas pouco dos limites da estupidez. É pena, faz falta, mas talvez seja porque é mais comummente aceite que a estupidez não tem limites. Diria até que a estupidez é a coisa mais parecida com o Universo, desde que apareceu que continua em expansão.
2017 não é nada. É só um número vago, mesmo que seja recordista - o maior numeral de todos os Annis Domini. É o ano mais contemporâneo, mas com cada vez menos características para que lhe chamemos avançado. Em 2017 somos actuais, sem que isso nos impeça de conviver com ruindades antigas. O mal renov
Há uns anos, Agustina Bessa-Luís revelou, numa crónica de jornal, que nada é mais anti-erótico do que a praia, a praia onde metade do país se encontra de momento. Também escreveu, numa outra circunstância, que uma mulher para parecer inteligente só precisa de usar um vestido preto e ficar calada. É
Dizem que são sinal de sabedoria, a experiência que nos invade, acrescentando-nos charme. A ser verdade, por que razão tantas mulheres os escondem enquanto muitos homens graciosamente os exibem?
Entrámos no mais perigoso momento do drama dos incêndios de Verão. É quando se apaga lentamente da memória emocional a "chacina" de Pedrógão Grande, é quando se torna banal a abertura dos noticiários com paisagens que ardem, é quando já ninguém se impressiona com essas imagens, nem se lembra dos dia
A chegada do barco acabou por não se confirmar, a força da corrente levou-o até ao lado Norte da ilha e aí foi acolhido pela Guarda Costeira. Faz parte do nosso trabalho estarmos atentos e preparados 24 horas por dia pois, a qualquer momento, a nossa intervenção pode ser necessária. Não esqueço o qu
Viria mesmo a calhar podermos ver ou rever por estes dias Dr. Stangelove. O filme do genial de Stanley Kubrick é uma sátira brilhante, realizada há 53 anos, então num tempo crítico da Guerra Fria, logo a seguir à altíssima tensão entre EUA e URSS por causa dos mísseis em Cuba. O enredo do filme, que
Chegamos agora a meio do mês de Agosto e caminhamos então para o fim de uma das mais tranquilas alturas do Ano. Não me refiro ao Verão, meteorologicamente falando, mas sim ao período de ausência de Lisboetas em Lisboa.
Já escrevi sobre a maneira como as imagens nos enganam. E as palavras? As palavras, às vezes, enganam muito mais. Aqui ficam três truques para chamar a atenção dos outros usando a nossa língua — para o bem e para o mal.
Olá, banhistas (designação leve e casual que os jornalistas usam nesta altura para designar tudo o que é ser humano que anda a arejar as miudezas num pedaço de areia e água salgada)!
Aproveito então este espaço para deixar um apelo a vocês, banhistas que me rodeiam ou se cruzam comigo na praia.
Não acredito na reencarnação. De todo. Nem acredito na possibilidade de falarmos com os que já morreram. De todo. Mas acredito no uso estilístico da contradição, e é por isso que vou começar a relatar uma espécie de reencarnação, para depois me esvair numa sentida mensagem dirigida a alguém que já n
Uma criança. Uma criança do sexo feminino, com 11 anos, engravida do pai adoptivo. É abusada durante dois anos. É filmada enquanto tem relações com o pai. A Justiça portuguesa manda o violador para casa, apesar das provas reunidas pela Polícia Judiciária, impondo uma distância da criança e pronto. A
Numa longa entrevista de José Mourinho que a RTP emitiu esta semana, às tantas, o entrevistador faz a pergunta óbvia: como gostaria o treinador de ser lembrado no futuro? Num dos seus muitos momentos de falsa ingenuidade e disparatada humildade - que nos habituámos a ver conviverem com a arrogância
Faz uma semana que cheguei a Lesbos, Grécia. Um tempo que passou rápido, mas que foi bastante intenso, na adaptação a um novo lugar e, essencialmente, a uma nova realidade.
A viagem é o gosto de encontrar e de enriquecer o conhecimento. É o prazer da imersão num outro lugar. Todos, ou quase todos, gostamos de viajar e de descobrir novas cidades e novos lugares. O turismo é uma fonte de riqueza para os países de acolhimento, é uma das principais indústrias globais e um
Agosto sempre foi (será?...) um mês de emigrantes. O regresso e a passagem pela fronteira documentados nos noticiários, numa época em que as televisões não tem muito mais a mostrar.
Há uma nova moda: gente rica que se torna budista. Torna é exagero. Ricos que praticam budismo. Quando não tens tempo para te preocupares com contas para pagar sobra tanto tempo. Na verdade, como já tens tudo, o rico é o único que está em condições de saber o que é prescindir de tudo, mesmo sendo po
Uma avioneta mata duas pessoas, das quais uma criança de oito anos, e o que é que fica viral na Internet? A entrevista do pai com comentários a dizer que é o padrasto. Um bem-haja às redes sociais.
O Brasil teve esta semana mais um dia D. Os deputados foram chamados a votar a denúncia de crime de corrupção passiva contra Michel Temer e, em mais uma série de acontecimentos próprios de novela, tudo ficou na mesma e o processo não avançou para o Supremo Tribunal Federal.
Uma investigação muito perigosa aproxima-se de Trump. E apesar de toda a imprevisibilidade que tem pontuado a atuação do presidente americano, desta vez não fazer nada pode ser mesmo a única opção.