Na semana passada, morreu Ursula K. Le Guin. Confesso-vos já que fiquei com lágrimas nos olhos e, por isso, se acham que é lamechas, mais vale não ler esta crónica. Nunca conheci a autora de fantasia que me mudou a forma de ver o mundo era eu ainda adolescente, mas li tudo o que escreveu e tenho-a c
A 2018 ainda restam 11 meses de vida. O tempo podia ser de rescaldos agora que termina Janeiro, mas prefiro antes embarcar em previsões seguras. Desconheço qual será palavra do ano eleita em Dezembro, mas um dos nomes do ano será, sem sombra de dúvidas, o da Selma Uamusse.
Recuemos dez anos. Estamos em 2008, ainda inconscientes dos efeitos da crise do subprime. 4taste e Just Girls já não nos dizem nada, precisamos de novas referências. O nosso Zune ou iPod Classic exige ficheiros mp3 que nos diferenciem. É aí que descobrimos uma banda de Sheffield, que já tinha dado u
A tensão está, como previsto, em escalada e quase a fazer rebentar as costuras que restam para algum compromisso entre Espanha e a Catalunha independentista. Em causa está um movimento social, incontrolável, com dois milhões de pessoas numa das mais dinâmicas regiões da Europa. E o evidente nervosis
São mais de um milhão de pessoas em 194 países que se manifestam e exigem a libertação imediata do presidente da Amnistia Internacional Turquia, Taner Kiliç, e que as acusações feitas a dez outros defensores de direitos humanos, líderes de organizações não-governamentais, sejam imediatamente retirad
Desde 6 de Outubro de 2016, o dia em que o “New York Times” publicou um extenso relato das proezas de Harvey Weinstein, que a relação entre os homens e as mulheres, em Hollywood, nos Estados Unidos, e em muitas partes do mundo, passou a ser avaliada de outra forma.
Ora, vamos imaginar que o meu caro leitor está empenhado em provar que um determinado país é o pior país do mundo. Para o efeito, podemos escolher, sei lá, a Dinamarca.
Juízes, Temers, Bolsonaros podem bolsar, uivar, serão pó porque são nada. Lula está no coração de milhões porque os mereceu. Qual a dúvida de que nunca antes na história desse país houve um presidente assim?
O jornalista Michael Wolff ganhou a sorte grande. O seu livro, saído a cinco de Janeiro nos Estados Unidos e em processo de publicação em todo o mundo, está a ser um sucesso extraordinário de vendas. No dia do lançamento, as pessoas faziam filas que davam a volta ao quarteirão como se estivessem à e
Todos os anos, temos a saga do Nobel e, como um bom relógio suíço, há quem torça por António Lobo Antunes e quem recorde José Saramago. O Nobel da Literatura é porventura um dos poucos prémios Nobel sobre o qual as pessoas discutem com à-vontade, discutem e criticam.
Foi por volta das 18h (horário de Brasília) de terça-feira, 23 de janeiro, que Lula chegou para uma manifestação política num dos tradicionais pontos da cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil. A cidade foi palco hoje, 24 de janeiro, do julgamento mais esperado da atualidade no país quando três des
O ano começa com um "big no" em relação ao sexismo, um discurso de Oprah Winfrey nos Globos de Ouro, a par com denúncias várias sobre assédio e desrespeito, e a esperança, sempre, num mundo melhor. Um pouco por todo o mundo, as mulheres resistem, reclamam e unem-se em torno de uma causa comum, que s
“Adoro o cheiro a napalm pela manhã” – dizia o sádico coronel interpretado por Robert Duvall no filme Apocalypse Now. Se recordarmos que napalm é uma substância pegajosa e inflamável, não vai ser difícil encontrar analogias que nos enfiem a carapuça do Duvall. Pegajosas e inflamáveis – quem é que nã
E aquele programa extremamente polémico com crianças que não se portam lá muito bem que é emitido no canal que se encontra na posição raiz quadrada de nove da grelha? Não vi. Podemos manter isto assim? Ou vão continuar a oferecer ao formato tanta publicidade gratuita que vou ser obrigado a ceder?
Obama, como presidente, falava da visão que tinha para os Estados Unidos. Trump ignora a expressão Estados Unidos, fala na América, “America first”, o slogan de campanha que perdura.
Confesso: ia-me esquecendo da crónica. Porquê? Quem leu o que escrevi a semana passada é bem capaz de adivinhar: o miúdo acertou na data e nasceu mesmo no dia 14, há precisamente uma semana.
Já há algum tempo que desconfiava que o meu verdadeiro pai era outro. Agora, começo a ter a certeza que o Estado é o meu pai biológico ou, talvez seja a minha Super Nanny.
Estive a ler a crónica do Rafael Barbosa, editor executivo do Jornal de Notícias. Foi alvo de algumas críticas a relação que fez entre a cada vez maior pobreza do povo português (Portugal nunca esteve tão no fundo como agora em 2018, como bem vemos) com o facto de cada vez mais pessoas andarem de bi
Imaginem quem começa agora a ver cinema e é apresentado a Woody Allen como molestador: nunca será apresentado a Woody Allen. Boa altura para lhe mostrar os filmes, e explicar duas ou três coisas sobre Hollywood. Sobre as pessoas, em geral.
Estou embalado por recordações. “Embalado por recordações” bem poderá vir a ser o epitáfio gravado na minha campa. Agora que me preparo para verter memórias, perdoem o despropósito egoísta – não é vaidade, é embalo.
No início de cada novo texto há (quase) sempre dois sentimentos que se misturam: a alegria na partilha de novas ideias e a auto-censura que nos inflige cada vez mais, fruto de um intenso (e por vezes despropositado) escrutínio, associado a uma vigilância ao estilo vigilant, aquela palavra em inglês
Desde as eleições de 21 de dezembro que a política catalã se encontra mergulhada numa trama política digna de um episódio da série de televisão "Borgen", marcada pelo confronto entre duas grandes estratégias, um jogo de luz e de sombra que se desenrola num clima de tensão máxima, palavras bem medida