Começo por dizer que não sei se Michael Jackson abusou sexualmente de crianças ou não. No entanto, tenho a minha convicção pessoal. Já a tinha desde os anos 90 e, depois de ver o documentário "Leaving Neverland", acabou reforçada. A minha convicção é que o Michael Jackson era dos melhores pedófilos que já existiu. Não era um bom pedófilo, atenção, nenhum é, mas dentro da pedofilia há vários graus e parece-me que o Michael era do melhor que se pode ser nesse ramo. Primeiro, não era só sexo, havia amor e carinho, havia uma relação com as crianças. Sim, inevitavelmente, trocava-as por outras mais novas, mas não é isso que todos os homens fazem? Se a pedofilia é uma coisa incontornável no mundo, então que seja feita como, alegadamente, fez o Michael Jackson: abusa, mas também satisfez as crianças oralmente, não é daqueles pedófilos egoístas que só querem receber. Ainda lhes dava gomas no fim e tudo.
Michael foi investigado e inocentado no passado, é certo, mas também o OJ Simpson foi e toda a gente sabe o que aconteceu. Dizem não haver provas, mas nos casos de abusos a crianças, normalmente só se sabem anos depois e as únicas provas são os testemunhos dos abusados. Pode tudo ser um esquema para sacar dinheiro à família? Claro que pode, não seriam os primeiros nem os últimos, mas desconfio. Se fosse para mentir tinham dito que ele os sodomizou com força e não se ficavam pelo sexo oral e masturbação mútua. O sexo anal vale mais dinheiro em tribunal, toda a gente sabe isso.
Já retiraram a estátua dele de um museu britânico e muitas rádios mundiais dizem nunca mais passar as suas músicas. Vivemos tempos em que se é considerado culpado antes de ser provado inocente, mas mesmo sendo culpado, prevalece a eterna questão: deve a arte ser separada da vida pessoal do artista? Cabe ao público decidir, a meu ver. Os seus seguidores mais acérrimos continuarão a dizer que é inocente e talvez seja, mas não deixa de ser uma das causas do problema: criarmos estrelas mundiais e acreditarmos em tudo o que elas dizem, apesar de todos os sinais do contrário estarem lá. É um gajo que mudou de cor, que tornou a cara numa espécie de ornitorrinco e que tinha, claramente, distúrbios mentais. O Michael Jackson ou era um monstro ou era a melhor pessoa do mundo que ajudou milhares de crianças. Talvez fosse um bocado dos dois e, por isso, nos seja difícil saber no que acreditar.
No entanto, se és um homem adulto que dorme com crianças, mesmo sem lhes tocares, é porque algo se passa na tua cabeça. Não teve infância, ele era uma criança por dentro, dizem. Certo, mas sabem o que as crianças fazem umas com as outras de forma inocente? Descobertas sexuais, mostra-me o teu que eu mostro o meu, toca aqui que eu toco aí. Se calhar foi só isso que aconteceu, o problema é que o Michael só conseguiu trocar de raça e não de idade. Aliás, se estamos chocados com a dimensão dos abusos, imaginem que ele no pénis continuava a ser negro e devia aleijar mais.
Podemos até dizer que “adoptar” uma criança como ele fazia, tornando-a na sua melhor amiga, para depois a trocar por outra, sem razão aparente, pode ser considerado uma espécie de abuso psicológico. Pelos testemunhos do documentário, dar-lhes tudo, dizeres-lhe que eram especiais e depois rejeitá-los, foi tão ou mais violento do que os alegados abusos sexuais.
Diz-se que, muitas vezes, os artistas abusadores dão-nos pistas inconscientes sobre as suas taras. No stand-up do Louis CK havia referências a masturbação na via pública, entre outras coisas que, pelos vistos, eram verdade. Olhando agora para as músicas do Michael Jackson, vemos que, talvez, também tivessem um duplo sentido:
- "Beat i"t - Bate uma.
- "Don’t stop til you get enough" - Não pares até estares satisfeito.
- "Pretty Young Thing" - Coisa nova linda.
- "You are not alone" - Não estás sozinho.
- "Smooth Criminal" - Criminoso suave.
O Michael Jackson estava a tentar dizer-nos alguma coisa no nome das suas músicas e, pessoalmente, sempre gostei muito daquela “We are the world, we fuck the children”. Enfim, o documentário sobre o Michael Jackson acaba por ser uma bonita lição de vida. Mesmo que tenhas fama, dinheiro, um jardim zoológico em casa e um parque de diversões no quintal, o que realmente importa são as coisas mais pequenas.
Sugestões e dicas de vida completamente imparciais:
Para ir: Espectáculo de stand-up comedy, Só de Passagem, passa pelo Porto, Vila do Conde, Guimarães e Funchal em Março.
Para rir: Roda Bota Fora
Para ver: Lolita, de Stanley Kubrik
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