Parece que, infelizmente, já não vamos assistir a uma guerra mundial com potencial nuclear. Depois da morte de Soleimani e da retaliação iraniana, Trump veio meter água na fervura dizendo que não quer usar o seu grande armamento fálico e que prefere aplicar enormes sanções. Que desilusão! Isto é como estarmos prestes a praticar o coito e chegarem os pais a casa. Pior se forem os pais da outra pessoa e nós formos babysitters. Lá está outro problema de não haver guerra a sério: há quem se vá ofender por esta piada, pois se houvesse guerra iríamos todos morrer e ninguém estava preocupado. Agora assim, com um mundo tão perfeito e idílico, as pessoas tendem a procurar motivos para ficarem indignadas.
Estava tudo à espera que Trump viesse dizer algo que começasse a terceira guerra mundial, como perguntar onde se come a melhor francesinha no Porto, algo que espoletaria logo uma guerra na cidade que rapidamente alastraria a Braga, Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Vila Real e daí até à China e Rússia era um tirinho. Mas não, Trump fez-nos a desfeita de, pelo menos, adiar a guerra militar com o Irão. Primeiro, é uma desfeita para as baratas que já estavam todas entusiasmadas a pensar que iam ter o planeta só para elas. Segundo, um holocausto nuclear também dava algum jeito aos seres humanos, pelo menos a mim e antes de Maio, mês em que tenho de levar o carro à inspecção e pagar impostos.
Os Estados Unidos não devem mesmo querer guerra, o que é estranho porque é um povo que aprecia bastante a guerra. Se guerra emagrecesse, os americanos não eram tão gordos. Por falar nisso, o Irão deve estar a sentir-se com fraca autoestima depois de levar esta nega de Trump: "Tipo, vocês no Iraque até inventaram cenas para entrarem lá dentro e eu que te dei todos os sinais de interesse vocês não querem vir cá? É porque estou gorda? O que é que o petróleo do Saddam tinha que o meu não tem?” Talvez o Trump esteja apenas a fazer-se de difícil para o Irão enviar qualquer coisa mais picante, esperemos que sim.
O que sei é que esta guerra entre Estados Unidos da América e Irão é importante para finalmente sabermos qual dos deuses é o verdadeiro. O grande líder do Irão acabou o discurso a dizer que Alá era grande. O grande líder os EUA acabou o seu a dizer para Deus abençoar a América. Achei bonito ele acabar o discurso a pedir a Deus para abençoar o continente inteiro e não só o seu pais, mas ele nem deve saber isso. Entre os dois líderes, não sei qual o que gera mais ódio, se aquele que tem aquela coisa ridícula na cabeça que parece um molho de trapos, ou se aquele que usa turbante.
Voltando às coisas boas que uma guerra destas traria, já não precisávamos de carregar as compras todas amontoadas no mesmo saco de plástico para poupar o ambiente, nem de beber refrigerante pela lata sem usar palhinha descartável. O aquecimento global e degelo polar passariam a ser um detalhe ao pé da possível extinção da humanidade. Beatas para o chão era à vontade e os partidos teriam de arranjar outros temas da moda para ter votos. Melhor, com esta guerra, os Sportinguistas deixariam de dizer "Para o ano é que é" porque, provavelmente, não haveria mais anos.
Para ver: Messiah, na Netflix.
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