O chefe de Estado guatemalteco disse que a viagem serve "para enviar uma mensagem muito clara a nível internacional sobre o respeito pela independência dos povos", num vídeo gravado à chegada ao aeroporto de Taipei.

No vídeo, publicado na rede social Twitter, Giammattei referiu-se a Taiwan como "parceiro, aliado e amigo, uma nação irmã que luta pela soberania e pela liberdade e que a Guatemala acompanha com toda a força".

Giammattei, que foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, já tinha estado na ilha em 2019, como Presidente eleito, embora esta seja a primeira visita de Estado.

A visita começa com um discurso do Presidente da Guatemala no parlamento de Taiwan, recebendo uma medalha honorária do líder do Congresso, You Si-kun.

O chefe de Estado vai também encontrar-se com a líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, e receber a mais alta condecoração concedida pela ilha.

Giammattei vai participar ainda numa exposição de café da Guatemala, como parte do intercâmbio de investimentos entre os dois países, e visitar a fabricante de veículos elétricos RAC, em Taichung, a sul de Taipei.

Em março, Tsai Ing-wen visitou a Guatemala e o Belize, os dois últimos países centro-americanos que não estabeleceram relações diplomáticas com a China.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, alertou que "aqueles que brincam com fogo em Taiwan acabarão por se queimar".

"A questão de Taiwan está no cerne dos interesses centrais da China. Nunca recuaremos perante qualquer ato que prejudique a soberania e a segurança da China", acrescentou o chefe da diplomacia chinesa.

A China reivindica a soberania sobre Taiwan, que considera uma província rebelde desde 1949, quando os nacionalistas do Kuomintang se refugiaram na ilha, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.

Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto do território com frequência quase diária. Há duas semanas, o Exército chinês realizou quatro dias de intensos exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram a simulação de um bloqueio da ilha.

A China disse que os exercícios foram concebidos como um "sério aviso" para políticos a favor da independência da ilha autónoma e apoiantes estrangeiros.

Embora mantenha relações diplomáticas oficiais com apenas 13 Estados soberanos, Taiwan mantém fortes laços com a maioria das nações, incluindo os Estados Unidos.

Taiwan produz muitos dos 'chips' semicondutores necessários para o fabrico de produtos eletrónicos e o estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental, é uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo.

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