Os níveis de metano na atmosfera registaram o seu maior aumento anual desde que a sua presença começou a ser medida sistematicamente há quase 40 anos e, de acordo com a OMM, que diz não ser ainda claro o motivo, pode dever-se a uma combinação de causas naturais e à atividade humana.
Diz a organização que o aumento dos níveis de metano acontece principalmente em zonas tropicais e, sobretudo, em zonas pantanosas, onde o aquecimento global poderá estar a acelerar a decomposição da matéria orgânica, aumentando assim as emissões de metano.
Outras fontes importantes de metano são culturas de arroz e as explorações pecuárias, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em conferência de imprensa citada pela agência Efe.
Os níveis de dióxido de carbono - o principal gás com efeito de estufa responsável por 80% do aquecimento global - aumentaram entre 2020 e 2021 acima da média da última década, e as medições feitas nos últimos meses sugerem que este aumento continuou em 2022.
De acordo com Petteri Taalas, os cortes de emissões observados em muitos países - tanto permanentes como devido aos confinamentos provocados pela pandemia de covid-19 - não se refletiram até agora na atmosfera.
Os níveis de óxido nitroso, o terceiro gás mais importante em matéria de alterações climáticas, também continuaram a aumentar.
Em 2021, as concentrações de dióxido de carbono eram de 415,7 partes por milhão (ppm), as concentrações de metano eram de 1.908 partes por mil milhões (ppmm) e as concentrações de óxido nitroso eram de 334,5 ppmm, que são respetivamente 149%, 262% e 124% dos níveis pré-industriais.
O documento apresentado hoje (a OMM irá divulgar outro) servirá de base para as discussões na próxima cimeira do clima (COP27), que se realiza em novembro na cidade egípcia de Sharm El Sheikh.
A OMM advertiu que o aumento dos níveis de gases com efeito de estufa mostra que o mundo continua na direção errada e indica mais uma vez que é necessária mais ambição para conter as alterações climáticas.
FP // ZO
Lusa/fim
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