"O governo de Israel acaba de aprovar o acordo sobre a fronteira marítima entre Israel e o Líbano", disse o gabinete de Lapid.
"Não é todos os dias que um país inimigo reconhece o Estado de Israel através de um acordo escrito e perante a comunidade internacional", disse Lapid durante a reunião do governo israelita, destacando que o pacto é um marco em matéria de "segurança, economia e energia".
O acordo de demarcação de fronteiras marítimas com o Líbano vai ser assinado ainda hoje numa cerimónia oficial no sul do Líbano.
A aprovação, por parte do Executivo de Israel, marca a última etapa do processo antes da assinatura final do pacto.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, aprovou hoje de manhã o acordo, no Palácio Presidencial em Beirute, na presença de Amos Hochstein, mediador norte-americano, que geriu negociações "indiretas" entre os dois países - que não mantêm relações diplomáticas.
Mais tarde, os representantes dos dois governos vão deslocar-se à cidade fronteiriça de Nagoura, em território libanês, onde está instalada a sede da Força Provisória das Nações Unidas no Líbano (FINUL), para a assinatura definitiva do acordo.
O pacto representa a primeira demarcação de fronteiras marítimas entre os dois países e acaba com um longo diferendo relacionado com zonas ricas em gás no Mediterrâneo.
As negociações que começaram este ano prolongaram-se durante vários meses.
A zona marítima em questão consiste em 860 quilómetros quadrados de mar sobre as jazidas de gás de Karish e Qana.
O acordo permite a Israel a exploração da jazida de Karish e ao Líbano a exploração da zona de Qana.
Hoje, a empresa Energean anunciou que já começou a extrair gás de Karish, sendo que a companhia TotalEnergies já foi destacada para a exploração na jazida de Qana.
O acordo alcançado e firmado hoje ocorre menos de uma semana antes das eleições gerais em Israel e a poucos dias do prazo constitucional para a eleição do novo chefe de Estado do Líbano.
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