“A envolvência e parceria com o Tech Park é fundamental para nós, porque temos uma necessidade imensa de crescer rapidamente na operação em Cabo Verde”, afirmou o fundador e diretor daquela empresa portuguesa de segurança de informação e cibersegurança, Bruno Castro.
Dizendo que todos estão “ansiosos” para mudar para as novas instalações — funciona atualmente num prédio no Plateau, centro histórico da Praia –, o diretor salientou que a parceria com o parque tecnológico veio “no momento certíssimo”.
“Será a oportunidade para crescermos de forma sustentável no ecossistema tecnológico. Faz todo o sentido para nós estarmos nesse ecossistema, no negócio de um centro de inovação”, prosseguiu o responsável, presente há quase 16 anos no mercado cabo-verdiano, que já representa 10% da faturação global da empresa.
O ‘Tech Park’, nome pelo qual também é conhecido o Parque Tecnológico de Cabo Verde, situado na zona de Achada Grande Frente, nas imediações do Aeroporto Internacional Nelson Mandela, está em fase de conclusão para receber as primeiras empresas, mas a inauguração só deverá acontecer no início do próximo ano.
Com financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), trata-se de um dos mais importantes projetos em curso em Cabo Verde, com capacidade para acolher cerca de 30 empresas, ligadas às tecnologias de informação, conforme disse à Lusa em junho o presidente, Carlos Monteiro.
A VisionWare vai ocupar meio piso de um dos edifícios e vai ‘coabitar’ com o Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSi), um dos parceiros em Cabo Verde.
“É uma vantagem fantástica para a nossa relação, de há muitos anos, e de uma amizade também próxima com o NOSi”, enfatizou, na entrevista à Lusa, na cidade da Praia, indicando que a empresa vai ter “no mínimo” 30 a 40 pessoas nas novas instalações.
Bruno Castro disse que estar no ‘Tech Park’ é também uma forma de a VisionWare promover o espaço, no âmbito da estratégia do Governo de transformar o arquipélago numa “Nação Digital”.
“Acho que faz todo o sentido. Pode ser realmente uma bandeira muito importante para Cabo Verde. Nós temos de estar nisso e queremos promover essa decisão do Governo”, manifestou.
Bruno Castro sublinhou que o facto de o empreendimento ficar situado numa Zona Económica Especial (ZEE), em que as empresas estão livres de impostos e recebem outros incentivos fiscais, é um atrativo importante.
O diretor apontou ainda como benefícios a possibilidade de venda de produtos tecnológicos, mas também ajudar a criar empresas no setor e recrutar mais pessoas, quanto mais não seja porque, em novembro último, lançou no país um centro de análise de ciberameaças à segurança mundial.
Segundo o responsável, a instalação no Parque Tecnológico de Cabo Verde vai ser a fase inicial rumo ao objetivo de abrir um polo da empresa na ilha de São Vicente.
“Após termos estabilizado a operação na Praia, com a ida para o ‘Tech Park’, iremos abordar já a geografia de São Vicente”, acrescentou.
A empresa lançou, esta semana, a 2.ª edição do Programa de Bolsas de Mérito VisionWare, com candidaturas até 13 de outubro, num financiamento de 20 mil euros, que vai apoiar 10 alunos, em Portugal e em Cabo Verde, com dois mil euros ao longo do ano letivo 2023/2024.
Fundada em 2005, a VisionWare é especializada em segurança de informação, nomeadamente nas áreas de cibersegurança, tecnologias de informação ou investigação forense, entre outras.
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