Estes resultados foram apresentados por Pedro Castro Almeida, novo presidente executivo do banco, que os considerou “muito bons”.
Na conferência de imprensa foram ainda apresentados dados sobre o número de trabalhadores e de balcões fechados durante o ano de 2018, contabilizando menos 289 trabalhadores e 147 balcões que em 2017.
No final de 2018, o banco tinha 6.492 trabalhadores e 523 agências, de acordo com o presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida.
Já no final de 2017, o número de trabalhadores era de 6.781 e o de agências 670 (incluindo o ex-Popular), segundo dados fornecidos à Lusa pela instituição.
O gestor explicou que o banco ficou com uma "posição muito relevante" nas ilhas a nível de balcões depois da aquisição do Banif, e que o banco não vai fechar balcões e "deixar concelhos descalços", particularmente nos Açores.
Pedro Castro e Almeida adiantou ainda que o Santander "não tem um número ou preocupação de fecho de balcões nos próximos anos", mas que poderão ocorrer em "grandes centros urbanos".
Relativamente aos trabalhadores, o gestor referiu que a "preocupação" do banco "não tem tanto a ver com o número, mas com o perfil" dos mesmos, salientando que as rescisões por mútuo acordo foram "muito poucas", e que as saídas ocorreram, essencialmente, por reformas e pré-reformas.
Crédito malparado
O presidente executivo afirmou que o banco continuará a fazer este ano um esforço para reduzir o nível de crédito malparado (o rácio está atualmente em 4%) até para estarem mais bem preparados para uma nova crise, mas que não se prevê significativas vendas de carteira de malparado este ano.
O administrador financeiro Manuel Preto disse que as vendas de malparado tiveram um “impacto na conta de resultados praticamente nulo”, o que considerou significar que esses créditos estavam bem provisionados nas contas da instituição detida pelo grupo espanhol Santander.
Questionados pelos jornalistas, os gestores indicaram que o crédito vendido era referente a operações feitas no passado pelo próprio Santander Totta, mas também pelo Banif e muitos do Popular, com que o banco ficou.
Ainda em 2018, informaram, o Santander Totta vendeu cerca de 600 milhões de euros de imóveis, a grande maioria dos quais ficou aquando da integração do ex-Popular Portugal.
No final do ano passado vários bancos fizeram vendas de carteiras de crédito malparado, tendo sido a maior – das comunicadas ao mercado - a do Novo Banco, que alienou a fundos de investimento 102 mil contratos no valor de 2.150 milhões de euros.
À margem de uma conferência, em meados de janeiro, o presidente do Novo Banco, António Ramalho, disse que essa venda de crédito malparado foi registada nas contas de 2018 e que teve “um prejuízo inferior a 6%”.
Já a Caixa Económica Montepio Geral vendeu 10 mil contratos no valor de 239 milhões de euros a uma empresa da Irlanda, não se sabendo o impacto nas suas contas.
A semana passada soube-se que o BPI vendeu em novembro 400 milhões de euros, tendo lucrado 17 milhões de euros com essa alienação.
Os bancos vendem a carteira de crédito malparado para melhorar o seu balanço. Contudo, esta medida pode ter um impacto negativo nos resultados caso haja necessidade de suprir a diferença a que os créditos estão registados no balanço e o valor a que são vendidos.
Em 29 de janeiro, o Banco de Portugal divulgou que o total de empréstimos concedidos pelos bancos às famílias e às empresas caiu 1,94% em dezembro para 194.602 milhões de euros face ao mês homólogo, justificando que as variações são "em grande parte explicadas por operações de vendas de carteiras de crédito" que os bancos fizeram.
O Santander Totta levou a cabo, em 2018, a integração Banco Popular Portugal, com que ficou depois da resolução do espanhol Popular.
Já em 2015, o Santander Totta tinha adquirido parte da atividade bancária do Banif.
[Notícia atualizada às 21h31 - Inclui informação sobre balanço do número de trabalhadores e balcões, e crédito malparado]
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