De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta evolução estimada “resulta fundamentalmente da combinação de um aumento de 3,5% perspetivado para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) com um decréscimo de 2,9% dos outros subsídios à produção”.
“A evolução nominal prevista para o VAB resulta do efeito conjugado do acréscimo da produção do ramo agrícola (+1,6%), mais acentuado do que o do consumo intermédio (+0,4%)”, refere o INE.
Contudo, acrescenta, “em termos reais, estima-se uma diminuição do VAB (-1,5%), refletindo uma redução mais pronunciada do volume da produção comparativamente com a do consumo intermédio (-1,2% e -1,0%, respetivamente)”.
O aumento nominal da produção do ramo agrícola em 2018 resultou de acréscimos quer da produção vegetal (+0,9%), quer da produção animal (+2,2%), tendo-se registado, em termos globais, um decréscimo do volume (-1,2%) e um aumento dos preços de base (+2,8%).
Já os preços no produtor e os subsídios ao produto aumentaram 2,9% e 0,9%, respetivamente.
Em 2018, o consumo intermédio deverá apresentar um “ligeiro acréscimo” em valor (+0,4%), em resultado de uma diminuição em volume (-1,0%) e de um aumento de preços (+1,4%), devendo-se esta evolução “sobretudo ao aumento dos alimentos para animais (+2,4%), da energia (+1,3%) e dos adubos e corretivos do solo (+7,5%)”.
“Estima-se que o consumo de alimentos para animais tenha aumentado em volume (+2,0%), com aumentos nos alimentos simples e compostos”, reporta o INE, acrescentando que “o aumento da produção pecuária, em particular de bovinos, conduziu a um consumo mais elevado de alimentos para animais”.
Já o preço dos alimentos para animais deverá ter sido este ano “ligeiramente superior” ao de 2017 (+0,3%), refletindo o aumento de preço dos alimentos compostos (+1,8%).
Segundo o instituto estatístico, a importância relativa do ramo agrícola na economia nacional deverá manter-se em 2018 nos 1,7%, estimando-se também que o volume de mão-de-obra agrícola se mantenha em valores próximos do ano passado (+0,3%).
Numa comparação internacional, o INE reporta que, entre os triénios 2000-2002 e 2015-2017, o peso do VAB do ramo agrícola no VAB nacional “decresceu na generalidade dos Estados membros e na União Europeia a 27, mantendo-se Portugal acima da média europeia (1,6% versus 1,3%)”.
Já o rendimento da atividade agrícola em Portugal evoluiu, entre os triénios de 2001-2003 e 2015-2017, “de forma menos favorável do que a média dos Estados-membros (+30,9% versus +42,6%), ultrapassando, no entanto, países mediterrânicos como França, Espanha, Itália e Grécia”.
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