Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo porta-voz dos socialistas, João Galamba, depois de o ministro das Finanças, Mário Centeno, ter apresentado em conferência de imprensa o Programa de Estabilidade 2018/2022, documento que será entregue em Bruxelas até ao final do mês e que prevê um défice de 0,7% este ano.
"Apesar de a meta do défice para 2018 [0,7%] ser mais baixa, isso não se traduz de forma alguma num aumento do esforço de consolidação orçamental e de redução do défice. Acontece antes devido ao bom resultado da execução orçamental de 2017. Podemos agora fazer um esforço menor do que estava previsto para 2018", alegou o dirigente socialista.
João Galamba referiu-se sobretudo a um dado constante no Programa de Estabilidade 2018/2022 para sustentar esta tese: "O saldo primário baixa de 3% em 2017 para 2,8% em 2018, o que significa que toda a redução do défice este ano será exclusivamente explicada pela redução da despesa com juros", declarou.
João Galamba considerou mesmo que este dado sobre a forma como se reduzirá o défice de 0,9% em 2017 para 0,7% em 2018 "é a notícia mais importante" que resulta do Programa de Estabilidade apresentado pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
Em relação à resolução que momentos antes o Bloco de Esquerda anunciou em relação ao Programa de Estabilidade, o porta-voz do PS advogou que "parte de um equívoco, porque pressupõe que metas mais baixas do défice implicam sacrifícios maiores".
"Mas acontece exatamente o oposto. Há um abrandamento da consolidação orçamental em 2018", vincou.
Confrontado com a acusação do Bloco de Esquerda de que haverá uma transferência de 800 milhões de euros para a redução do défice este ano, em vez de essa verba ser aplicada em investimentos em serviços públicos, João Galamba contrapôs que "esse desvio vem da execução orçamental de 2017".
"Portanto, há um equívoco da parte do Bloco de Esquerda. Não há qualquer esforço adicional de consolidação orçamental previsto no Programa de Estabilidade. O saldo primário baixa" este ano, insistiu.
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