
“Não vai haver défice em Portugal, isso é claríssimo. E com o poder afirmar que não vai haver défice numa fase de volatilidade mundial, numa fase de instabilidade, quer dizer que algum trabalho de casa terá sido feito para escorar a nossa economia”, disse Pedro Reis no final do Conselho de Ministros em que foi aprovado o Pacote Reforçar com medidas no valor de 10 mil milhões de euros.
A posição de Pedro Reis surgiu depois de serem conhecidas as novas projeções macroeconómicas do Conselho das Finanças Públicas (CFP), que preveem um saldo orçamental nulo para este ano e um regresso aos défices em 2026, tendo o ministro regressado a este tema no final do ‘briefing’ sem que a questão lhe tivesse sido colocada, apesar de os jornalistas já o terem antes questionado sobre as projeções do CFP.
Quando questionado sobre se podia garantir que não há défices no horizonte e se o programa hoje aprovado não pode de alguma forma levar a que o país feche com um saldo orçamental negativo em 2026, Pedro Reis referiu que essa é uma garantia que ninguém pode dar.
“Garantia de que não há défice, ninguém lhe pode dar. Garantia de que tudo fazemos, e aqui tem um belíssimo exemplo [Pacote Reforçar], para que não aconteça défice é o que nós podemos acrescentar”, afirmou o ministro, que apresentou o programa, após uma intervenção inicial do primeiro-ministro que depois, assistiu ao ‘briefing’ sentado, ladeado por vários ministros do seu executivo.
“Estaria preocupado em termos de impacto do défice se nós não tivéssemos capacidade como país de apresentar um programa desta magnitude”, referiu, considerando: Nesta situação, “diria que teríamos que rever os números do défice, porque não tínhamos resposta para mitigar as ameaças”.
Pedro Reis sublinhou a importância do pacote com medidas de apoio à competitividade, exportação e internacionalização, notando que “obviamente” tudo o que é protecionismo vai contra o investimento, que tudo o que é conflito vai contra a confiança e que a economia se alimenta de previsibilidade.
Esta semana, em declarações à Lusa após o PS ter apresentado o seu programa eleitoral, o ministro Adjunto Castro Almeida afirmou que o partido liderado por Pedro Nuno Santos fez “uma opção errada” ao apresentar um programa eleitoral que prevê défice para 2026, assegurando que a AD irá prever no seu programa “contas equilibradas”.
Para o ministro que tutela a execução do PRR, ao prever no seu programa eleitoral um défice de 0,4% para o próximo ano, o PS fez “uma opção por acabar com as contas certas e agora vem desculpar-se” com o impacto destes empréstimos europeus.
(artigo atualizado às 16h09)
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