“Portugal, é claro, continuará muito empenhado em valorizar a parceria entre a União Europeia [UE] e África, que nós consideramos decisiva para o futuro e para o crescimento sustentável dos dois continentes”, assegurou o ministro na sessão de abertura do Fórum de Investimento Verde UE-África, organizado pela presidência portuguesa do Conselho e pelo Banco Europeu de Investimento (BEI).
Esta parceria deve ter como prioridade o “reforço da transição verde”, defendeu, considerando-a “uma enorme oportunidade para a criação de emprego e para o crescimento económico sustentável que permitirá reduzir as desigualdades”.
O reforço da transição verde “é também uma oportunidade” para a promoção do “potencial económico” de ambos os continentes “através de incentivos verdes e sustentáveis”.
Assinalando que “a UE estipulou objetivos muito ambiciosos para si própria” no combate às alterações climáticas, sobretudo com o acordo alcançado esta semana sobre a Lei do Clima – na qual se compromete a reduzir as emissões de dióxido de carbono em pelo menos 55% até 2030, relativamente aos níveis de 1990 -, Santos Silva sublinhou que é necessário “reconhecer que África tem muito pouca responsabilidade pela emissão dos gases com efeitos de estufa”.
“Ao mesmo tempo, [África] é uma das regiões mais afetadas pelas consequências das alterações climáticas. Temos de resolver este paradoxo”, vincou o ministro, considerando que “esta é uma realidade injusta” que deve juntar ambos os continentes “para promover uma recuperação pós-pandemia próspera e justa”.
Santos Silva disse ainda esperar que “este fórum entre a UE e África constitua um marco que abra caminho para a próxima cimeira UE/União Africana (UA)”, adiada em 2020 e ainda sem data marcada.
“Temos de valorizar um diálogo entre Europa e África, uma parceria real entre ambos os continentes, uma parceria baseada em interesses e objetivos comuns para construir em conjunto um futuro mais próspero, verde, mais resiliente”, sublinhou o ministro.
O papel da Europa na transição para uma economia verde no continente africano é o tema do Fórum de Investimento Verde UE-África, que hoje junta decisores políticos, setor privado e representantes da sociedade civil europeus e africanos.
O fórum encerra um mês de diálogo entre europeus e africanos sobre desenvolvimento sustentável e investimento verde promovido pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) com a realização de 23 conferências virtuais, designadas “Green Talks”, que arrancaram em 24 de março a partir de Dacar, capital do Senegal.
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