Num almoço com autarcas e empresários na Golpilheira (freguesia do concelho da Batalha, Leiria), Passos Coelho voltou a referir-se aos dados hoje revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em particular aos do investimento público.
"Nos primeiros seis meses do ano, metade do ano, só cresceu 1,2% em relação ao ano anterior. Sabem quanto é que no Orçamento do Estado se prevê que cresça em relação ao ano passado? Mais de 21%", alertou.
"Alguém acredita que vai crescer nestes meses que sobram o suficiente para que esta meta seja atingida? Não", acrescentou.
Para o líder do PSD, estes números significam que "a própria receita socialista, que é gastar mais, desde logo em investimento", implicava "um outro desempenho do Estado".
"Quem ouça os membros do Governo, parece que agora é que o investimento vai arrancar. Mas já lá vai tanto tempo e os projetos não saem do papel", acusou.
Passos Coelho lamentou que o executivo tenha passado os primeiros dois anos "a dizer mal do anterior Governo" e só agora pareça "começar a acordar para a realidade".
"Tem-se feito muito a olhar para o curto prazo, a desafiar um bocadinho as probabilidades, a esticar um bocadinho a corda, a criar expectativas muito elevadas", criticou.
Passos Coelho voltou, neste almoço de campanha autárquica, a questionar a forma como Portugal irá ou não participar no mecanismo de cooperação reforçada de defesa e segurança na União Europeia, lamentando que o ministro da Defesa não tenha esclarecido a posição nacional, nem no parlamento nem no Conselho Superior de Segurança e Defesa, que se realizou na quinta-feira.
Passos lamentou que, em vésperas das autárquicas de 01 de outubro, o Governo só queira falar dos "aumentos que quer dar e da baixa de impostos que quer oferecer".
"Tudo o que trate de discutir outras coisas que são importantes e nas quais, nós sabemos, a 'geringonça' não se entende, essas, silêncio absoluto, enfia-se a cabeça na areia como se as questões não existissem", acusou.
Na receita que deixou para que a economia possa crescer mais, Passos apelou ao investimento no turismo, nomeadamente no alojamento local, criticando o adicional ao IMI lançado por este Governo.
"Os que vieram de França a fugir dos impostos de lá, começam a fazer contas", avisou.
Também o presidente da Câmara da Batalha e recandidato pelo PSD, Paulo Batista Santos, alertou contra os efeitos do que ficou conhecido como o 'imposto Mortágua'.
"O adicional do IMI, que tem efeitos no nosso concelho, é um confisco fiscal", afirmou o candidato, apelando aos deputados do PSD para que tentem revogar este imposto no Orçamento para o próximo ano.
Antes, a campanha passou à porta do Mosteiro da Batalha, onde Batista Santos explicou ao presidente do PSD um projeto de intervenção ambiental em frente ao monumento, que visa criar uma barreira acústica.
Além de Paulo Batista Santos, são candidatos à Batalha pelo CDS-PP Horácio Moita Francisco, pela CDU José Valentim e pelo PS Carlos Repolho.
Comentários