Numa conferência de imprensa após uma reunião do comité central do partido, Jerónimo de Sousa afirmou ainda que espera respostas da parte do Governo quanto à forma como vão ser aplicadas as verbas europeias do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na reunião agendada para segunda-feira, com António Costa, em Lisboa.
A preocupação dos comunistas, como tem vindo a dizer nas últimas semanas, é saber como e onde vão ser aplicadas os fundos, se a aplicação das verbas é da decisão do Governo ou se “haverá imposições da União Europeia” à forma como serão gastas.
É preciso saber, continuou, se “sim ou não” o país terá “essa afirmação de soberania, colocando as verbas no sítio certo”, ou seja, no aumento da proteção social ou no investimento “para criar empregos”.
“Para que não aumentem as chagas sociais que atravessam a sociedade portuguesa”, descreveu.
A poucas semanas de o Governo entregar o Orçamento no parlamento, Jerónimo de Sousa disse recusar “pressões” ou “chantagens com base numa suposta crise” política, admitida pelo próprio primeiro-ministro caso o OE2021 fosse chumbado.
De “espírito aberto”, o líder comunista afirmou que o partido parte para “o diálogo” com o Governo com uma perspetiva de “construir e criar propostas”, mas sublinhou que é necessária “uma mudança na vida política”, com uma “política alternativa”.
“Áreas sensíveis” para o dossiê do orçamento, disse Jerónimo de Sousa, são os salários e os direitos dos trabalhadores, o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou ainda a defesa da Cultura.
O primeiro-ministro, António Costa, começa esta segunda-feira a receber os partidos com assento parlamentar sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e para o qual defende um “consenso muito alargado”, social e político.
Entre as 10:00 e as 18:00, António Costa recebe, sucessivamente, na Residência Oficial de São Bento, em Lisboa, a Iniciativa Liberal, Partido Ecologista “Os Verdes”, PCP, Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Chega, CDS-PP, Bloco de Esquerda e PSD.
Na terça-feira, o chefe do Governo afirmou que Portugal está perante “uma oportunidade única” em termos de recursos financeiros europeus, mas avisou que só terá sucesso se tiver uma estratégia clara alicerçada em amplos consensos político e social para dar uma resposta à crise causada pela pandemia de covid-19.
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