Nas previsões económicas hoje divulgadas, a OCDE estima um crescimento do PIB de 1,7% em 2021 e de 1,9% em 2022.
Nas últimas previsões, em junho, a OCDE previa uma queda do PIB de 9,4% em 2020, pelo que melhorou a sua perspetiva.
Para este ano, o Governo estima uma queda do PIB de 8,5% e para 2021 estima um crescimento de 5,4%.
Segundo a OCDE, a recuperação da economia da atual crise provocada pela pandemia da covid-19 será suportada pelo consumo.
Depois disso, segundo a organização, poderá haver uma recuperação mais ampla, com a retoma dos setores mais afetados pela crise, como os do turismo e do alojamento, e “assumindo que a situação sanitária melhora com o desenvolvimento de uma vacina eficaz”.
A taxa de desemprego continuará a subir em 2021, para os 9,5%, e continuará acima do nível pré-crise em 2022.
A dívida pública (de acordo com a definição de Maastricht) deverá atingir os 139% do PIB em 2022, com a OCDE a prever que o défice recupere à medida que a recuperação da economia avance e as medidas extraordinárias de apoio sejam retiradas.
Segundo a OCDE, para evitar o descarrilamento da recuperação, o retorno da prudência orçamental só deverá ocorrer após o ritmo da recuperação estar consolidado.
“A ampliação dos programas de aprendizagem ao longo da vida e o fortalecimento da aprendizagem baseada no trabalho podem facilitar a realocação dos trabalhadores na economia”, refere.
De modo a combater a tendência que prevê para o desemprego, a OCDE admite que trabalhadores do setor do turismo possam ter de encontrar alternativas em setores com maior procura.
A organização avisa também sobre a recuperação “desigual” entre os vários setores, referindo que a "elevada incerteza sobre a evolução da pandemia e o elevado peso do turismo no PIB" são fatores que penalizam a capacidade de recuperação económica de Portugal e que não serão superados antes de haver vacinas no mercado.
A instituição alerta ainda para recuperação mais "lenta" do setor do turismo do que havia sido antecipado e avisa que um crescimento económico débil poderá "agravar os efeitos secundário no setor financeiro através do aumento significativo do crédito malparado".
Já uma rápida e eficaz "absorção" dos fundos europeus que serão colocados à disposição do país poderá melhorar o cenário, refere.
A OCDE sinaliza que o número de infeções diárias em Portugal está outra vez a aumentar rapidamente e que o Governo impôs medidas para travar o avanço da pandemia, como a limitação de ajuntamentos acima de cinco pessoas, uso obrigatório de máscara em todos os locais públicos e incentivo ao teletrabalho.
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