“Só há um lugar em Portugal onde se assume que os portugueses, as famílias e as empresas estão imunes à covid-19 que é no Orçamento de Estado, porque este orçamento faz de conta que não estamos em período de crise pandémica e que não tivemos os efeitos devastadores nas famílias”, afirmou hoje Francisco Rodrigues dos Santos.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, o líder do CDS disse manter a posição já assumida, considerando não existirem “condições para a direita apoiar” o orçamento.
“Mantenho aquilo que disse, daquilo que se conhece não há condições para a direita apoiar este orçamento, nomeadamente, o CDS. (…) Aguardamos serenamente para conhecer o Orçamento de Estado e depois apresentarmos as propostas do CDS”, observou.
Para Francisco Rodrigues dos Santos, é fundamental que o documento consagre algumas “prioridades”, tais como, “um vale de farmácia para apoiar os idosos na compra de medicamentos”, “um reforço do apoio para o setor social para legalizar os lares e legais e clandestinos” e a integração de “brigadas efetivas no terreno” para prestar os cuidados de saúde necessários à população sénior.
Paralelamente, considera que o orçamento deve integrar uma “redução transversal dos impostos ao nível das famílias e empresas” por forma a alavancar a competitividade, criação de emprego e manutenção dos postos de trabalho.
“Para Portugal poder recuperar as nossas listas de espera, quer para as cirurgias, quer para as consultas” o CDS defende a contratualização com o setor social, considerando que a “ideologia não pode estar à frente das pessoas”.
“Essas prioridades não estão consagradas no Orçamento de Estado que se conhece, portanto, continua a ser bastante pouco”, salientou.
Questionado pelos jornalista sobre o facto de o BE ter afirmado que com o que conhece neste momento, o partido não tem condições para viabilizar o documento, o líder do CDS afirmou que se “alimenta muito a especulação” em torno do orçamento e que o mesmo “acaba por ser viabilizado pelos mesmos de sempre”.
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