Considerando “positiva” a avaliação revista feita pelas instituições europeias no âmbito da segunda missão de supervisão reforçada à Grécia, por concluir que aquele país empreendeu as ações necessárias para cumprir os compromissos assumidos, Mário Centeno disse esperar que os credores aprovem a transferência da primeira tranche de medidas de alívio da dívida, no valor de 970 milhões de euros, assim que os procedimentos nacionais estiverem concluídos.
Na versão revista das conclusões da segunda missão de supervisão reforçada à Grécia, que foi publicada na quarta-feira e atualizou o relatório de 27 de fevereiro, o executivo comunitário notava que o Governo grego providenciou “atualizações importantes nas medidas para apoiar a resolução para o crédito malparado e a estabilidade do setor bancário” e adotou legislação para assegurar a proteção das residências principais, as duas reformas por cumprir que mais preocupavam Bruxelas.
“A Grécia fez o que era necessário para respeitar os seus compromissos e penso que a decisão tomada hoje pelo Eurogrupo dá um novo e muito forte sinal aos investidores e aos mercados. Um sinal de que, por um lado, este país está no processo de reformar e modernizar a sua economia e, por outro, que os seus parceiros europeus continuam a apoiar a Grécia neste processo”, vincou o comissário europeu dos Assuntos Económicos.
Pierre Moscovici, que falava em conferência de imprensa, em Bucareste, no final da reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro, lembrou que todos tentaram que “a Grécia fosse uma história de sucesso” e que a decisão de hoje do Eurogrupo “foi mais um passo importante nessa direção”.
A Grécia, o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira – e o único “reincidente” –, e a conclusão do seu terceiro programa, em 20 de agosto, assinalou também o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu igualmente Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.
Face às características únicas da (tripla) assistência prestada ao país e às fragilidades que a sua economia ainda revelava, a Grécia foi e será alvo de uma “vigilância pós-programa reforçada”, com missões de três em três meses, para garantir que Atenas prossegue, nesta nova era pós-resgates, uma “política orçamental prudente”.
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