A estimativa hoje apresentada em conferência de imprensa pelo vice-presidente da autarquia, que é também responsável pelo pelouro das Finanças, João Paulo Saraiva, corrige os números que tinham sido avançados no início do mês e que apontavam para um impacto de cerca de 273 milhões de euros.
“É uma nova estimativa em face daquilo que temos, os dados que temos neste momento, e que está corrigida para 250 milhões”, afirmou João Paulo Saraiva, advertindo que “as previsões são feitas ao dia” e que ninguém consegue arriscar se haverá ou não uma mudança que obrigue a rever em alta ou em baixa as estimativas.
Ao nível da diminuição da receita, num total de 221,7 milhões de euros, a Câmara de Lisboa estima uma quebra de 95,3 milhões de euros do valor arrecado com a cobrança de impostos e de 33,2 milhões do valor cobrado em taxas.
Em “vendas de bens e serviços”, a quebra estimada é de 28,6 milhões de euros e as receitas extraordinárias deverão diminuir 64,6 milhões de euros.
A maior ‘fatia’ do aumento da despesa, estimado em 28,5 milhões de euros, irá para a “aquisição de bens e serviços”, com uma previsão de 16,5 milhões de euros.
Em “transferências e subsídios” está prevista uma despesa de 10,7 milhões de euros e para a “aquisição de bens de capital” é estimado um gasto de 1,3 milhões de euros.
Passivo reduzido para 867 milhões em 2019
De acordo com o relatório e contas do município referente ao ano passado, apresentado por João Paulo Saraiva (Cidadãos por Lisboa, eleito nas listas do PS), o passivo total da câmara passou de 904 milhões de euros em 2018 para 867 milhões em 2019.
Já o passivo exigível (sem previsões e deferimentos) foi de 381 milhões no ano passado, significando uma descida de 66 milhões de euros face aos 447 milhões registados em 2018.
Em 2009, o passivo exigível era de 1.169 milhões de euros, mais 788 milhões do que o do ano passado.
Simultaneamente, a margem de endividamento do município tem vindo a aumentar. Em 2019, era de 195 milhões de euros e em 2018 foi de 143 milhões.
Estes números permitem, salientou o vice-presidente da autarquia e responsável pelo pelouro das Finanças, “encarar com confiança os desafios quer atuais, quer futuros” e espelham um esforço de recuperação ao longo dos últimos anos.
Em relação à dívida legal, o documento aponta para uma redução de 439 milhões de euros em 2018 para 367 milhões em 2019, enquanto em 2007 esta dívida ascendia aos 955 milhões.
A dívida a fornecedores, que em 2018 era de 1,9 milhões de euros, passou para 800 mil euros em 2019, destacou João Paulo Saraiva, notando que tem sido percorrida uma trajetória “completamente estável ao longo dos últimos cinco anos”.
Relativamente ao prazo médio de pagamento, foi possível reduzi-lo de três dias (2018) para um (em 2019).
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