Numa altura de acentuada crise energética e em que os preços da energia pressionam a inflação, o executivo comunitário revê em alta as estimativas sobre a Índice de Preços no Consumidor (IPC), que no caso de Portugal se fixa nos 8% este ano, caindo para 5,8% em 2023, segundo as previsões macroeconómicas hoje divulgadas.
Estas percentagens comparam com uma previsão de taxa de inflação na zona euro de 8,5% este ano e de 6,1% no próximo e de, respetivamente, 9,3% e de 7% para o conjunto da União Europeia, de acordo com os dados hoje publicados.
Quanto ao PIB, a revisão foi feita em ligeira alta, para 6,6%, mas a Comissão antecipa que em 2023 cresça somente 0,7%, muito abaixo das suas anteriores projeções e abaixo das do Governo.
Relativamente às anteriores previsões de verão, publicadas em meados de julho, Bruxelas acrescenta 0,1 pontos percentuais às perspetivas de crescimento da economia portuguesa em 2022, de 6,5 para 6,6% (o segundo maior do espaço da moeda única, apenas atrás da Irlanda, de 7,9%), mas revê em forte baixa as expectativas para o próximo ano, já que há quatro meses apontava para uma expansão de 1,9% e agora só espera 0,7%.
As previsões de Bruxelas para 2022 ficam ligeiramente acima daquela inscrita pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), de um crescimento de 6,5% - embora entretanto o ministro das Finanças, Fernando Medina, já tenha admitido que a economia portuguesa possa expandir-se este ano até 6,7% -, mas relativamente a 2023 são mais pessimistas do que as de Lisboa, que espera um crescimento do PIB português de 1,3%.
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