"Hoje mesmo entreguei ao presidente do nosso Clube, Dr. Bruno de Carvalho, uma carta comunicando a minha saída da direção e coordenação do Departamento Médico da Sporting Clube de Portugal Futebol SAD", lê-se num comunicado publicado na página de Frederico Varandas no Instagram.

Lembrando que sente e vive o "Sporting desde os 3 anos de idade" e nem mesmo "na comissão de serviço militar no Afeganistão" deixou de "respirar 'Sporting'”, o médico diz rever-se "em grande parte no património material e imaterial que ele deixa ao nosso clube".

"Revejo-me na valorização dada às Modalidades, no aumento de exigência e ambição competitiva do futebol profissional, na concretização do projeto do Pavilhão João Rocha, na atenção aos Núcleos, na dinamização dos associados e adeptos. E revejo-me na capacidade demonstrada nos primeiros anos de presidência de convocar os Sócios a participar na vida do nosso clube", refere.

Contudo, para Varandas, "os acontecimentos dos últimos meses sublinharam a faceta autocrática e sectária do Dr. Bruno de Carvalho, tornando impossível" a sua permanência sob pena de faltar ao "superior dever de Lealdade para com o Sporting Clube de Portugal".

"Esta minha demissão não deve, pois, ser vista como um afastamento da Vida do Sporting Clube de Portugal. Constitui, na realidade, um primeiro passo para liderar uma solução de Direção do nosso Clube que seja convergente com o nosso desígnio histórico, respeitando os nossos fins, os nossos valores, a nossa identidade, visando a harmonia entre associados e a projeção ambiciosa no futuro que todos queremos", concluiu.

No dia 15 de maio, dezenas de alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.

A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.

Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o ‘team manager’ do clube, André Geraldes.

Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral, a maioria dos membros do Conselho Fiscal e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.