O título da Liga espanhola passa hoje à noite por Madrid. No estádio Santiago Bernabéu, todos os olhares viram-se para os 90 minutos do clássico Real Madrid-Barcelona, uma partida que se converte, ano após ano, no centro do universo futebolístico. Esta temporada com o aliciante de ser um jogo decisivo para as contas do campeonato espanhol.
Quatro dias depois da ressaca europeia, depois de o Real a seguir para as meias-finais e o Barcelona a ficar pelo caminho da maior competições de clubes a nível europeu, e à mesma hora em que se joga a Liga de Campeões, as duas equipas sobem ao relvado para aquela que pode ser a grande final espanhola.
Com três pontos de vantagem e um jogo a menos (em Vigo, diante do Celta), o Real de Madrid tem o campeonato numa bandeja à distância de uma vitória. Zidane, que se estreia no Bernabéu nestes jogos (no ano passado as duas partidas com o Barcelona foram em Camp Nou), assumiu isso mesmo na antevisão à 33ª jornada. Seis pontos de vantagem e com a possibilidade de conquistar mais três, para além do goal-average (diferença entre golos marcados e concedidos) é mais que uma vantagem confortável, e inacessível, para um Barcelona que levou um duro e rude golpe com o afastamento da 'champions'.
No clássico que é mundial, Luis Enrique, cumprirá o terceiro e último 'El Clásico' ao comando do Barcelona. Esta será a terceira vez que sobe na qualidade de treinador ao relvado do estádio localizado no Paseo de la Castelana. Em Madrid tentará salvar a temporada, embora ainda lhe sobre a possibilidade de vencer o Taça do Rei, tendo o modesto Alavés como adversário.
Certeza, certeza é que não poderá contar com o Neymar. O TAD (Tribunal Administrativo do Desporto) não reuniu para decidir da suspensão do castigo ao internacional brasileiro e este não será convocado.
Se Neymar está fora de jogo, os holofotes recaem sobre Gerard Piqué. O central blaugrana é hoje em dia o futebolista mais odiado pela “afición” merengue. Razão? As provocações que faz nas redes sociais, sendo que a última tem como referência a arbitragem no jogo da Liga dos Campeões do Real diante do Bayern Munique.
Ronaldo procura o título que foge há 5 anos, Messi a Bota de Ouro que já venceu 3 vezes
Real-Barça é muito mais que um jogo. Tem sido também nos últimos anos um duelo Ronaldo-Messi. Entre as lutas pelos troféus de melhor jogador do mundo, melhor marcador da Liga e outros. No que aos títulos no campeonato espanhol diz respeito, Messi leva clara vantagem. Desde que Cristiano Ronaldo aterrou no Santiago Bernabéu, em 2009, só por uma vez se sagrou campeão: em 2011-12. Ou seja, o Real de Madrid não vence o título espanhol há cinco anos.
É um Ronaldo motivado com os 100 golos na Liga dos Campeões e as suas sete meias-finais consecutivas na competição que reúne a elite europeia que se apresenta esta noite. Já em relação a Messi, a sua luta pessoal extravasa o que ali se passar. O argentino soma 29 golos, é o maior goleador da Liga espanhola e lidera a tabela na luta pela conquista da Bota de Ouro em que tem que se bater com o avançado holandês do Sporting Clube de Portugal, Bas Dost, com 28 golos e Aubameyang, do Borussia Dortmund, com 27.
Refugiados na Grécia entre os 650 milhões de espectadores
Aos 81 mil adeptos presentes nas bancadas juntar-se-ão 650 milhões de espectadores espalhados por 185 países. Com 30 câmaras dos 50 operadores internacionais que compraram os direitos televisivos da competição e que “assentam praça” no Bernabéu, o sinal disponibilizado pela Mediapro, converte-se na partida mais vista da Liga espanhola.
Na Grécia, há um cantinho especial que mereceu honras para ser colocado neste mapa-mundo futebolístico. Na cidade de Thessaloniki, LaLiga e a Mediapro, operadora que detém os direitos de transmissão dos jogos da Liga espanhola, levam a cabo o “Football Family Day” (dia de futebol para a família) e em colaboração com organizações Não-Governamentais InterVolve e Open Cultural Center levam, através de um ecrã gigante, o melhor jogo do mundo aos refugiados dos campos de Nea Kavala, Sofitex, Oreokastro e Sinatex, escreve o site da LaLiga.
40 câmaras para o jogo. Duas seguem Ronaldo e Messi
Para a partida que entra, e muito, nas contas do título, estão registados 600 jornalistas de 200 meios de comunicação social. Como comentadores, não faltam treinadores e jogadores que já passaram pelas duas equipas. Fabio Capello, que treinou o Real de Madrid em duas ocasiões (1996 e 2006), Paco Buyo, guarda-redes do Real nos anos 80 e 90 do século passado, Christian Karembeu, internacional francês que venceu a Liga dos Campeões em 1997 e 1999 com “os brancos”, o avançado islandês Gudjohnsen, que passou pela Barça em 1999 e Javier Saviola, o argentino que jogou nos dois rivais.
40 câmaras estão instaladas no Santiago Bernabéu. Entre estas, duas “super slow” para seguir unicamente Cristiano Ronaldo e Leonel Messi e duas teleobjetivas para seguir as ordens que saem dos bancos onde estão sentados Zidane e Luis Enrique. Há também 38 câmaras intel tecnologia 360º que proporcionam imagens 3D, sendo utilizado pela primeira vez numa liga europeia.
Por último, o Real-Barça também se joga nas redes sociais com o #El Clasico a querer superar 1 milhão e o “engagement” de mais de 26 milhões de reações que se geraram no jogo que se realizou na 1ª volta, em Barcelona.
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