“O mérito desportivo nas ligas domésticas devem ser o único acesso. Este é um princípio fundamental do modelo desportivo europeu que não pode ser posto em causa”, frisou à Lusa Alberto Colombo, secretário-geral adjunto das Ligas Europeias.
Este ponto de honra vai contra a pretensão da UEFA de privilegiar o sistema de coeficiente de desempenho europeu para distribuir as quatro vagas adicionais na competição, que passará dos atuais 32 para os 36 clubes.
As Ligas Europeias, hoje reunidas em assembleia geral em Istambul, entendem que isso “representaria uma segunda oportunidade injustificada para alguns grandes clubes ingressarem na Liga dos Campeões, apesar de perderem a qualificação direta por meio do desempenho na sua liga doméstica”.
“Essas vagas devem ser alocadas única e exclusivamente através da qualificação direta das últimas temporadas das ligas nacionais”, reforçou Colombo, revelando-se “firmemente contra” o sistema de Coeficiente de Desempenho Europeu.
A UEFA pretende que cada equipa dispute 10 jogos — uma liga única de 36 equipas, em que cada uma joga contra 10 adversários, cinco jogos em casa e cinco jogos fora -, ao invés dos seis atuais da fase de grupos, contudo as Ligas Europeias desejam que esse incremento seja limitado a oito desafios.
“Esta mudança substancial no calendário da Liga dos Campeões já resultará num aumento de mais de 50% do número total de partidas a serem disputadas. Um aumento maior prejudicará ainda mais as competições domésticas e a grande maioria dos clubes da Europa em benefício de apenas alguns”, sustenta o dirigente de origem italiana.
De acordo com a UEFA, os oito melhores classificados vão ser apurados para os “melhores 16”, enquanto os classificados entre o 9.º e o 24.º lugar vão disputar um ‘play-off’ para apurar outras oito equipas.
Do 25.º para a frente, os competidores vão ser eliminadas e nenhuma vai passar para a Liga Europa.
Na sua estratégia, as Ligas Europeias querem evitar uma desvalorização das ligas nacionais no mercado e uma sobrecarga de datas no calendário.
Durante a assembleia geral do organismo, que contou com representantes de 30 ligas, foi recordado que as alterações que forem promovidas vão ter um impacto durante muitos anos.
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