A 102.ª edição do Giro d’Italia arranca no próximo sábado, dia 11 de maio, com contrarrelógio individual de 8,2 km em Bologna, que inclui a ascensão ao Santuário della Madonna di San Luca.
A primeira das três Grandes Voltas da temporada (que inclui o Tour de France e a Vuelta a España) arranca precisamente da cidade onde terminou a primeira edição (Milão-Bolonha), a 13 de maio de 1909. Esta prova foi criada à imagem da Volta à França por um órgão de comunicação social desportivo (La Gazzetta dello Sport) com o intuito de aumentar as vendas e rivalizar com o Corriere della Sera, que arrancara com a organização da Volta à Itália em automóvel e se preparava para ficar com as “duas rodas”.
A “Corsa Rosa”, Volta a Itália em bicicleta, que atribui a “Maglia Rosa”, camisola rosa (cor da qual são tingidas as páginas do jornal italiano), termina a 2 de junho, em Verona, após um contrarrelógio individual de 15,6 km. Pelo meio, 21 etapas, três dias de descanso, três contrarrelógios individuais e sete chegadas em alto, na montanha.
O “Cima Coppi”, o ponto mais alto da edição 2019, é o Passo de Gavia, a 2.619 m de altitude, durante 16.ª etapa, na qual está prevista ainda a passagem pelo Montinolo. A etapa mais longa surge no dia 26 de maio, na ligação entre Ivrea a Como: 237 km.
Dividido em dois, o percurso deste ano está desenhado nos primeiros 12 dias para os sprinters, enquanto nos últimos 9 dias endurece para entrarem em cena os trepadores.
A rota é 99% italiana com uma incursão na República de San Marino. Numa prova que é acima de tudo uma montra da cultura e história transalpina, o percurso — que não toca no tacão da bota italiana — terá na região de L’Emilia Romagna a zona que alberga mais etapas: 7 no total (5 partidas e 2 chegadas).
Com partida do Mar Adriático, em Vasto, a 7ª etapa será carregada de emoções, tendo final marcado em L’Aquila, 10 anos depois do terramoto que dizimou a região.
Um ex-saltador de esquis entre os favoritos
Amaro Antunes (CCC) é o único português em prova e estreia-se nas “grandes voltas” pela equipa polaca. O britânico Chris Froome (Sky) campeão de 2018 será o grande ausente.
Em grande forma apresenta-se o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), ex-saltador de esqui e antigo campeão júnior por equipas (2007), que participou e venceu três corridas este ano - Volta aos Emirados Árabes Unidos (UAE Tour), Tirreno-Adriático e a Volta à Romandia.
O italiano Vincenzo Nibali (Bahrain-Merida), o “Tubarão de Messina”, que venceu as três Grandes Voltas e foi duas vezes vencedor do Giro (2013 e 2016), o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), o britânico Simon Yates (Mitchelton-Scott), vencedor da Vuelta no ano passado, Mikel Landa (Movistar), que regressa a Itália depois de uma ausência que remonta a 2017, e o colombiano Miguel Ángel López (Astana) perfilam-se como favoritos.
Alfredo Binda e Fausto Coppi, ciclistas italianos, e Eddy Merckx, belga, conquistaram o Giro cinco vezes cada, ao longo das suas carreiras, inscrevendo o nome na galeria de ouro da lista de vencedores.
Para o ano o Giro arranca em Budapeste, na Hungria.
Esta edição da prova será transmitida para Portugal no canal Eurosport.
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