A Argentina entregou hoje ao Brasil uma cópia da sua base de dados com cerca de 5.000 adeptos violentos, os chamados ‘barrabravas’. O objetivo é impedir que esses adeptos entrem no Brasil durante a Copa América, que se disputa de 14 de junho a 7 de julho.
Aqueles que possam conseguirem cruzar a fronteira serão impedidos de entrar nos estádios, onde haverá uma segunda barreira de segurança.
Para auxiliar as autoridades brasileiras na identificação, a Argentina vai colocar todos os seus agentes de segurança nos pontos de fronteira à disposição do Brasil, além de enviar uma equipa com agentes de segurança a cada uma das cidades onde a seleção argentina de futebol jogar.
"A Argentina vai enviar uma equipa de seis pessoas: duas do Departamento de Futebol, duas da Polícia Federal, duas da Gendarmaria [Polícia do Exército]. Além disso, todas as equipas de fronteira vão colaborar em conjunto com as autoridades brasileiras para o reconhecimento dos argentinos violentos que tentarem cruzar a fronteira nos pontos de saída da Argentina", explicou a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich.
Além da base de dados que a Argentina partilha com o Brasil, o acordo prevê também que os cidadãos argentinos que tiverem comportamento inadequado serão deportados imediatamente.
"Não só queremos que as pessoas que estão nas listas de restrição não possam entrar no Brasil, mas aqueles argentinos que, durante a Taça América, tiverem condutas inadequadas, nós vamos trabalhar para serem deportados imediatamente", avisou Patricia Bullrich.
"Durante o Mundial da Rússia, nós tínhamos as pessoas com restrições para entrarem nos estádios, mas, durante o campeonato, tivemos muitos casos de argentinos com condutas inadequadas. Todas essas pessoas foram deportadas para a Argentina", relembra.
A equipa de segurança argentina estará nas cidades em que a Argentina jogar. Durante a primeira fase do torneio: Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.
"A equipa vai estar onde os argentinos estiverem. Só não comento sobre uma eventual final do Brasil com a Argentina porque vejo a cara que as delegações do Chile, do Uruguai e do Paraguai estão a fazer", brincou a ministra argentina.
O acordo com o Brasil foi assinado à margem da reunião de ministros da Justiça e da Segurança dos países do Mercosul.
O ministro brasileiro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, garantiu que o Brasil tem um plano de contingência para uma eventual final Brasil - Argentina.
"Estamos preparados para toda espécie de contingência", assegurou o ministro brasileiro.
O acordo que Brasil e Argentina assinaram é o ponto de partida numa cooperação na partilha de informações sobre adeptos violentos a outros países.
"O Brasil possui uma lista dos seus adeptos violentos. Quando houver eventos desportivos dentro ou fora da região, nós estamos prontos para realizar esse tipo de partilha", indicou Sérgio Moro.
"O acordo agora com foco na Argentina é porque são as duas maiores populações da América do Sul e que, infelizmente, são os dois países que mais têm tido problemas com violência", apontou Moro.
A ministra argentina Patricia Bullrich deu um exemplo da eficácia da base de dados com o encontro entre o Atlético Paranaense, de Sérgio Moro é adepto, e o River Plate, na Supertaça sul-americana, com triunfo dos argentinos.
"Houve 53 restrições de pessoas que não puderam entrar no estádio e um pedido de captura. Quiseram entrar, mas foram impedidas", revelou Bullrich.
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