Démare, que já tinha vencido a quarta e sexta tiradas, ergueu os braços pelo segundo dia seguido, após 143 quilómetros, entre Matera e Brindisi, cumpridos em 2:47.28 horas, à frente do eslovaco Peter Sagan (BORA-hansgrohe), segundo classificado, e do australiano Michael Matthews (Sunweb), terceiro.
A classificação geral continua a ser liderada pelo ciclista português, que hoje foi 16.º classificado e, inicialmente, tinha beneficiado de um ’corte’ [quebra no pelotão, que fica dividido em uma ou mais colunas] de seis segundos, afetando, entre outros, o segundo classificado, o espanhol Pello Bilbao (Astana), que cairia para terceiro, a 49 segundos.
Mais de meia hora após a conclusão da etapa e após ter comunicado um ‘top 10′ afetado por essas diferenças, a organização da prova atribuiu o mesmo tempo dos primeiros colocados aos ciclistas que cortaram a meta com seis segundos de atraso, mantendo inalterado o topo da classificação: Almeida, Bilbao, a 43 segundos e, em terceiro, o holandês Wilco Kelderman (Sunweb).
Num dia de nervos, perante a constante ameaça de ‘abanicos’ [quebra no pelotão, motivada pelo vento] e algumas quedas, Démare reforçou a liderança na classificação por pontos e voltou a fazer imperar a lei do mais forte no ‘sprint’ da ‘corsa rosa’, sem que Sagan, que partiu para os últimos metros na sua ‘roda’, ou outro homem o pudesse ameaçar.
“Hoje, ter colegas de equipa fantásticos fez a diferença. O que fizeram por mim foi incrível. Numa etapa muito rápida, com o vento e várias quedas, um dia nervoso… felizmente, as coisas acalmaram, mas o ‘sprint’ foi rápido na mesma”, contou o vencedor, após o final da tirada.
O dia “perfeito” de Démare, que completa um ‘hat-trick’ de vitórias em apenas sete dias de prova, começou nervoso e acidentado, com o vento a provocar uma divisão do pelotão, na primeira metade da etapa, que deixou João Almeida na frente e vários dos candidatos atrás.
Recuperado o pelotão compacto, novo susto na marca dos 45 quilómetros para a meta: uma queda massiva voltou a ‘assustar’ o pelotão, que rolou de forma nervosa, mas já sem grandes percalços até à reta final.
Aí, imperou a lei do mais forte, mesmo que Sagan se tenha queixado de um desvio da trajetória por parte do campeão francês de fundo, e Almeida posicionou-se de forma inteligente, para evitar um ‘corte’, que aconteceu, ainda que a organização o tenha, posteriormente, revertido.
Tinham sido apanhados Pello Bilbao, mas também o dinamarquês Jakob Fuglsang (Astana), um dos que teve de recuperar após o ‘abanico’ inicial, e o austríaco Patrick Konrad (BORA-hansgrohe), o trio de afetados entre o ‘top 10′.
O detentor da ‘maglia rosa’ garantiu o 16.º posto, seguindo mais um dia na liderança da geral e, por inerência, na frente da classificação da juventude, enquanto Ruben Guerreiro (Education First) cortou a meta em 104.º e subiu à 40.ª posição da geral.
No sábado, a oitava etapa liga Giovinazzo a Vieste, ao longo de 200 quilómetros, com duas contagens de montanha, uma de segunda e outra de quarta categoria, e um final em circuito, no que pode ser nova oportunidade para os ‘sprinters’, mas também onde os ‘caçadores’ de etapas podem procurar isolar-se.
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