-
-
Estes taliban poderão ser diferentes?
O que vai acontecer nos próximos tempos no Afeganistão? Vai voltar a valer a interpretação mais cruel da Sharia, como aquela que chama à lapidação de mulheres que alguém acusa de serem adúlteras ou a que faz decepar a mão de quem se presume ter roubado? As meninas vão voltar a ser proibidas de ir à -
O voto de Veronika na última ditadura europeia
Lukashenko é o último dinossauro político que resta na Europa com modos que são os da velha ditadura soviética. Ele sobrevive no poder e pratica uma repressão cada vez mais dura e indigna porque tem o apoio de Putin. -
A Europa com vistas curtas para sul
Em dias de horizonte sem nuvens, de Kelibia, cidade costeira com belas praias no nordeste da Tunísia, avista-se a ilha italiana de Pantelária, a sul da Sicília. Avista-se, portanto, a Europa. Mas a União Europeia muitas vezes tem vistas curtas e pouco ou nada faz para impedir o colapso da única demo -
A valentia de Simone Biles: ela, acima dos interesses do COI
Esperava-se que Simone Biles marcasse estes Jogos em Tóquio. Está de facto a fazê-lo, ainda que sem ser na competição, mas pela atitude. -
Máscaras e vacinas: conciliar a liberdade com o dever
Os que recusam a vacina, que rejeitam o certificado de vacinação e que não aceitam medidas preventivas como o uso de máscara, estão a roubar liberdade aos outros na comunidade. A liberdade apela à solidariedade. -
Os Jogos do isolamento e do medo
Quando, na próxima sexta-feira, na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, a chama olímpica entrar no estádio nacional de Tóquio o ambiente vai ser estranho, inaudito. O protocolo anti-Covid impõe que tudo aconteça sem público, portanto, que o desfile dos atletas do mundo aconteça sem vozes nem a -
Haiti: O estado falhado na ilha dos escravos
Devastado pela violência da corrupção, por gangues armados e até pela natureza (ciclones e terramotos), com vasta maioria dos 11 milhões de habitantes no sofrimento de absoluta pobreza, o Haiti já era um país com estado falhado e falido antes de, na semana passada, o presidente ter sido assassinado. -
A vergonha do Canadá pelo passado recente
O 1.º de julho costuma ser dia de grande festa no Canadá, com muito fogo-de-artifício. É o dia nacional, celebra o nascimento da nação, em 1867, como Confederação Canadiana, por proclamação da rainha Vitória, soberana britânica. Neste 2021, o recolhimento substituiu a festa. -
O risco de dançar com o vírus
Já sabemos o suficiente para podermos concluir que a atitude de cada pessoa é determinante para conseguirmos dominar a pandemia. A máscara é maçadora, mas largá-la é perigoso. Apetece-nos abraçar pessoas que encontramos, mas este desejo pode tornar-se uma ameaça porque o vírus continua por aí. -
Indultos para o reencontro
Os indultos que concedem a liberdade imediata aos nove dirigentes independentistas catalães que o Supremo Tribunal de Espanha tinha condenado a penas entre os 9 e os 13 anos de cadeia, por si só, não resolvem o conflito de Catalunha. Mas sem estes indultos o conflito continuaria na mesma a gerar ten -
Afinal, a direita está viva em França. A de Chirac, não a de Le Pen
Há muita gente que em França se sente excluída da democracia conduzida pelo Estado. Esse sentimento ficou evidente com o surgimento, no final de 2018, do movimento dos coletes amarelos que alastrou com fúria por toda a França. A confirmação desse desapego surgiu neste domingo com 67% do eleitorado a -
Sánchez escolheu a negociação em vez da imposição. Direitas acusam-no de trair Espanha
Está à vista o apaziguamento do conflito catalão, embora à custa de mais dramatização da inflamação política entre os muito polarizados blocos de direita e de esquerda em Espanha. -
Se não consegues vencê-los, tira-lhes o voto. É o choque de sempre entre a América dos brancos e a América de todos
Foi preciso esperar 100 anos para que um presidente dos Estados Unidos da América viajasse a Tulsa, Oklahoma, para homenagear os 300 afro-americanos massacrados por brancos. Tudo aconteceu após uma acusação, que depois se verificou ser falsa, de agressão sexual de um sapateiro negro a uma jovem bran -
Espanha outra vez à beira de um ataque de nervos
A Catalunha é uma questão que já está outra vez a meter a Espanha política e social sobre brasas. Tratar o conflito catalão requer políticos valentes, com dimensão de estadistas, capazes para se desligarem de cálculos eleitorais e abrirem a negociação. É o grande desafio para Pedro Sánchez ao ousar -
Quem pára o último ditador em funções num país europeu?
Lukashenko, ao mandar um Mig-29 militar para intercetar um Boeing 737 da Ryanair e obrigá-lo a aterrar para assim apanhar e sequestrar um passageiro que não cometeu qualquer crime, mas que é um opositor, confirmou que a Bielorrússia tem um regime político intolerável e que deve ser reconhecida a raz -
Marwan Barghouti. A busca da paz no médio oriente pode passar por um homem condenado a prisão perpétua
A carga cada vez mais pesada de bombas israelitas sobre o Hamas é um provável indicador de que o cessar-fogo nesta insensata guerra pode estar próximo. Mas o cessar-fogo não é a paz, e tudo está por fazer para evitar novos confrontos. Um dos dados novos destes dez dias de guerra é o regresso da ques -
Será que o centro-esquerda vai saber reencontrar-se com os eleitores?
Duas eleições nesta última semana, no Reino Unido e em Madrid, ditaram estrondosas derrotas da esquerda moderada, trabalhista ou socialista. As sondagens a um ano das eleições presidenciais em França colocam Marine Le Pen com 46%, e com a vantagem de Macron (aparece com 54%) a ser sucessivamente enc -
O ciclone Isabel Diaz Ayuso: Da presidência de Madrid ao assalto, pela direita, ao Governo de Espanha
Para Isabel Diaz Ayuso, estas eleições são de tudo ou nada: se triunfar sem precisar de coligações, pode reivindicar o posto de líder da direita espanhola; se o triunfo ficar dependente da extrema-direita Vox, continua aspirante a líder das direitas, mas com prática e discurso hipotecado ao radicali -
Os fantasmas de Belfast
Foram abundantes os avisos de que o Brexit seria para a Irlanda do Norte uma fábrica de bombas preparadas para explodir. A fanfarronice de Boris Johnson a celebrar o Brexit fê-lo não dar atenção a esses alertas. Era preciso tê-los levado a sério. -
Superliga. O desprezo do mérito pelos colossos do futebol europeu
Os rebeldes querem, portanto, deixar a Champions para os pobres e remediados e terem para eles um campeonato europeu dos ricos. Eles são 15, têm lugar cativo e dispõem-se a, em cada época, deixarem que cinco clubes do povo clubista se juntem à festa deles. -
O fim anunciado de uma era britânica
Como vai ser quando chegar o tempo do pós-Isabel II? Parece inevitável que seja assumido o fim da era isabelina em que a casa real se impôs como máxima representação da identidade britânica. -
Queremos mesmo voltar à vida que tínhamos em janeiro de 2020, antes de tudo ficar transtornado pela pandemia?
O vírus meteu-nos dentro da angústia, o confinamento barrou os gestos que marcavam a nossa vida quotidiana e privou-nos de grande parte do contacto físico. Passámos a ser teletrabalhadores – queremos adotar o teletrabalho? Por outro lado, também vimos como a vida na cidade pode ganhar qualidade. É u -
Moçambique, Myanmar, Venezuela, Líbia, Síria. É tempo de parar a barbárie
O fim de semana trouxe-nos notícias de novos episódios de barbárie jihadista em Cabo Delgado, no extremo nordeste de Moçambique. Também de nova vaga de terrorismo de Estado no martirizado país asiático agora conhecido como Myanmar, a antiga Birmânia. As crises na Venezuela, na Líbia e na Síria, para