Em entrevista a vários jornalistas britânicos antes de deixar o Reino Unido, onde no domingo participou numa cimeira com líderes internacionais, o Presidente ucraniano considerou que o desentendimento com Donald Trump e com o vice-presidente, JD Vance, “não trouxe nada de positivo para a paz”, mas recusou pedir desculpa.

“Eu queria que a posição da Ucrânia fosse ouvida, não queria que a nossa posição fosse ambígua”, explicou, escusando-se a responder sobre se considera ter sido “emboscado” pelos líderes dos Estados Unidos.

Zelensky insistiu que voltará a falar com o Presidente dos EUA se for “convidado a resolver os problemas reais”.

“Se concordarmos em assinar o pacto mineral, estamos prontos para fazê-lo. O acordo que está sobre a mesa será assinado se as partes estiverem prontas”, garantiu.

Acerca do plano de paz franco-britânico que o primeiro ministro do Reino Unido, Keir Starmer, apresentou hoje aos aliados europeus, Zelensky considerou que dará frutos “nas próximas semanas”.

Questionado sobre a trégua de um mês nas infraestruturas aéreas, marítimas e energéticas da Ucrânia proposta pelo plano e anunciada pelo Presidente francês, Zelensky referiu apenas estar “ciente de tudo”, sem avançar mais comentários.

Rejeitou ainda que em hipotéticas negociações de paz com a Rússia o seu país concordasse em desistir dos territórios ocupados pelos russos, uma vez que isso seria “uma separação forçada” e uma “coerção”, o que implicaria o risco de novas hostilidades no futuro.

“Penso que os países que nos apoiam, ou que querem ser mediadores, compreendem que se a guerra terminar injustamente, será apenas uma questão de tempo até que as pessoas tentem obter justiça”, argumentou.

A reunião de Londres, promovida por Starmer, contou com a presença de vários líderes internacionais, dos presidentes do Conselho e da Comissão, António Costa e Ursula von der Leyen, respetivamente, do secretário-geral da NATO, Mark Rutte e do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, além do líder ucraniano.