“Na cimeira, iremos discutir um investimento substancial para inverter os danos da covid-19 e para dar aos jovens africanos a educação que merecem. 2022 é o Ano Europeu da Juventude e, por isso, trabalhemos em conjunto para que o seja também para os africanos”, afirmou Ursula von der Leyen.
Intervindo por videoconferência no 7º Fórum Empresarial UE-África 2022, um dia antes de os dirigentes da União Europeia e da UA, bem como dos respetivos Estados-membros, se reunirem em Bruxelas para a sexta cimeira conjunta, a líder do executivo comunitário disse esperar que o encontro de alto nível permita “criar novas ligações entre os povos para apoiar a África e para a Europa a curar e recuperar”.
“E, após a cimeira, caberá aos povos africano e europeu tirar o máximo partido destas novas ligações”, acrescentou.
Relativamente à pandemia, e um dia após o anúncio de doação de 100 milhões de euros às entidades reguladoras africanas de medicamentos para melhorar a segurança sanitária, Ursula von der Leyen apontou que a medida irá permite ao continente africano “produzir os seus próprios produtos farmacêuticos”.
“E este esforço só será bem sucedido se tanto o setor público como o privado do país, por exemplo melhorando a regulamentação e os sistemas de saúde, mas também transferindo tecnologia médica e, claro, abrindo instalações em África”, elencou.
Até agora, Bruxelas já mobilizou cerca de três mil milhões de euros para o mecanismo de acesso a vacinas contra a covid-19, Covax, o equivalente a cerca de 400 milhões de doses.
A UE é também uma das maiores doadoras de vacinas a África, tendo mobilizado, juntamente com os Estados-membros, mais de 130 milhões de doses para os países africanos e intensificado o apoio à administração de vacinas.
“O nosso objetivo é levar este número a mais de 450 milhões de doses de vacinas doadas até ao verão. Penso que partilhar vacinas é sinal de nos preocupamos e partilhar tecnologias e capacidades é ainda mais importante”, salientou Ursula von der Leyen.
Também intervindo por videoconferência na sessão, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, apontou que, devido à pandemia, “o crescimento económico em África foi afetado e o crescimento económico foi prejudicado”, com 39 milhões de cidadãos em risco da pobreza extrema.
“Espero que o crescimento prossiga, com o apoio da comunidade internacional para esse efeito”, acrescentou Moussa Faki Mahamat, esperando ainda “parcerias sólidas entre os governos para promover uma retoma económica forte” em África, nomeadamente com a UE, que é “uma das principais fontes de investimento externo e o primeiro destino das exportações africanas”.
Segundo o responsável africano, os investimentos europeus em África ascendem a 30 mil milhões de dólares por ano (cerca de 26 mil milhões de euros), mas esta verba “está longe das expectativas e necessidades” dos países.
O encontro diplomático de alto nível, que se realiza na quinta-feira e na sexta-feira em Bruxelas, visa estabelecer as bases de uma parceria UA-UE renovada e aprofundada, esperando-se desde logo um pacote de investimento África-Europa, tendo em conta desafios como as alterações climáticas e a crise sanitária da covid-19.
Em discussão estarão ainda questões como a estabilidade e a segurança.
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