“Lamento informar que, desde o debate urgente do Conselho (dos Direitos Humanos) sobre a Bielorrússia, em setembro, não houve melhorias na situação dos direitos humanos no país. Pelo contrário, continuou a piorar nas últimas semanas, em particular no que diz respeito ao direito a manifestações pacíficas”, afirmou Michele Bachelet, numa reunião do Conselho.
A Bielorrússia tem sido palco de grandes manifestações todas as semanas desde a reeleição – considerada fraudulenta — do Presidente, Alexander Lukashenko, em agosto.
A alta comissária da ONU observou que as penas impostas aos manifestantes “estão a tornar-se mais severas” e admitiu estar “muito preocupada com as violações [aos direitos humanos] causadas pela forma como as forças de segurança usam a força”, que considera “desproporcional”.
“Também temos diversos relatos confiáveis de pessoas espancadas pelas forças de segurança durante e após o seu transporte para esquadras de polícia ou centros de detenção. Se confirmados, esses incidentes equivalem a maus-tratos ou mesmo tortura”, sublinhou.
A grande maioria dos intervenientes condenou veementemente a repressão na Bielorrússia, denunciando a violência policial e as eleições fraudulentas, acrescentou Michele Bachelet.
O representante da Rússia na ONU apoiou o regime bielorrusso, considerando que há dois pesos e duas medidas, nomeadamente em relação aos polícias franceses, que recentemente espancaram um homem negro -, mas sem mencionar que, ao contrário do que acontece na Bielorrússia, esses agentes estão a ser processados – e aos polícias dos Estados Unidos e aos da Ucrânia e Estados bálticos, acusados de violência no tratamento das minorias de língua russa.
“Os defensores dos direitos humanos são muito discretos em relação a tudo isto”, acusou o embaixador Gennady Gatilov.
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