"Era um investimento que tinha de ser feito porque não tínhamos onde receber de forma adequada", explicou à agência Lusa a gestora de Comunicação e Relações Públicas da empresa, Ana Montenegro, observando que "o investimento já está em curso".
Com uma área de 340 hectares, dos quais 130 ocupados com vinhas, aquela propriedade pertence à Borges desde 1904 e é com as suas uvas que a empresa faz os seus vinhos Douro.
A sociedade possui ainda duas quintas na região dos Vinhos Verdes e uma na do Dão, comercializa também vinho da casta alvarinho feito de uvas compradas a um produtor da sub-região da Monção e Melgaço e produz em média cerca de 6,5 milhões de garrafas por ano.
Com 2,4 milhões de garrafas, os vinhos verdes são os campeões vendas desta empresa produtora, surgindo depois os do Dão e do Douro, com 1,6 milhões e 930 mil, respetivamente.
No Dão, também estão previstas para o próximo ano "algumas melhorias" de ordem técnica na adega da Quinta de São Simão da Aguieira, em Nelas, informou ainda Ana Montenegro, referindo tratar-se neste caso de um investimento menos avultado do que o planeado para o Douro, não tendo, porém, indicado o seu montante.
"A prioridade da Borges tem-se focado mais na modernização equipamentos técnicos e na vinificação, para melhor atender aos diferentes dos seus vinhos", afirmou.
A mesma responsável disse à Lusa que a empresa exporta "55% da sua produção para 60 mercados" dos cinco continentes" e em 2019 pretende olhar com maior atenção para a América Central e do Sul.
O Canadá é o mercado externo número um dos vinhos Borges, seguindo-se a Alemanha e a França, por esta ordem, e em 2017 a sociedade registou vendas superiores a 11 milhões de euros, "um valor já atingido este ano", segundo Ana Montenegro.
"O crescimento verificado até novembro foi de 6,5% e as previsões para todo o ano apontam para vendas de 12 milhões de euro", acrescentou.
A Sociedade dos Vinhos Borges surgiu em 1884 por iniciativa dos irmão António e Francisco, que também fundaram a casa que deu origem ao já desaparecido Banco Borges & Irmão, e manteve-se sempre em mãos portuguesas.
A empresa, que esta semana planeia apresentar a nova imagem da gama Borges Reserva e novas colheitas, foi comprada em 1998 pela sociedade JMV, de Gondomar, que já então fazia a distribuição dos vinhos Borges e se mantém até hoje como proprietária, "controlando 100% do seu capital".
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