Vieira da Silva falava aos jornalistas em São Bento, após ter participado numa reunião entre o primeiro-ministro, António Costa, com o secretário-geral da Confederação Europeia dos Sindicatos (CES), o italiano Luca Visentini, que se fez acompanhar pelos líderes da CGTP-IN, Arménio Carlos, e da UGT, Carlos Silva.
Perante os jornalistas, o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social referiu que o processo de construção europeia vive “momentos particularmente críticos” e que esse assunto esteve no centro das conversações durante o encontro com o secretário-geral da CES.
Questionado sobre as diferenças no nível salarial dos trabalhadores portugueses face aos seus congéneres europeus, Vieira da Silva disse que esse tema é central nas preocupações do Governo, mas ressalvou que a Europa “é uma realidade muito diversa”.
“Existem países com níveis de rendimento e salariais mais elevados e outros com níveis menores do que Portugal. O nosso objetivo não é olhar para os que têm rendimentos inferiores, apesar de fazerem parte da mesma Europa do que nós, mas reduzir os diferenciais e convergir com a Europa”, respondeu.
De acordo com o membro do Governo, Portugal já não convergia com a Europa “há muitos anos”.
“Felizmente, nos dois últimos anos, quer em matéria de crescimento económico, mas sobretudo em matéria de emprego, Portugal registou dos níveis mais elevados de crescimento de toda a União Europeia. Quando há mais emprego, há também uma tendência quase inevitável de correção em alta dos salários”, sustentou Vieira da Silva.
Neste ponto, Vieira da Silva destacou a política seguida para a elevação do salário mínimo, “que é algo que faz parte do pilar europeu dos direitos sociais e que é também uma reivindicação dos sindicatos europeus”.
“Essa preocupação tem de estar no centro das nossas atenções, mas podemos registar como facto gerador de confiança para o futuro que Portugal tem percorrido um caminho de aproximação e não de divergência face à União Europeia”, acrescentou.
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