O Aquarius, que transporta 629 migrantes resgatados do Mediterrâneo em diferentes operações no sábado, foi recusado por Itália e por Malta, impasse desbloqueado hoje com a oferta de Espanha acolher o navio em Valência (leste).
Antoine Laurent, responsável para as operações marítimas da organização não-governamental SOS Mediterranée, proprietária do navio, explicou à Associated Press que chegar a Valência, a 750 milhas marítimas ou 1.400 quilómetros de distância da atual posição do navio, “não é possível com 629 pessoas a bordo”.
O navio teria de ser reabastecido no mar, “o que não é fácil de organizar”, disse, apelando “a Itália para encontrar uma solução muito em breve perto da posição” do navio, que está a 35 milhas de Itália e a 27 milhas de Malta.
Por outro lado, a presença a bordo de 629 pessoas “é considerável para um navio como o Aquarius, que só tem 80 metros”, e a equipa médica a bordo é “muito reduzida”, disse o mesmo responsável à rádio FranceInfo.
Entre os migrantes a bordo “não há casos graves, mas isso pode pior muito rapidamente”, disse, referindo haver pessoas que “caíram à água e engoliram água ou sofreram queimaduras por contacto com combustível”.
Entre as pessoas a bordo há, segundo a ONG, 123 menores não acompanhados, 11 bebés e sete grávidas.
O Aquarius “aguarda instruções” das autoridades italianas, disse, contrariando uma afirmação feita horas antes pelo ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, de que o navio já estava a caminho de Espanha.
“Esperamos que isto se resolva o mais rapidamente possível. De qualquer maneira é uma obrigação de Itália encontrar uma solução rapidamente”, disse Laurent.
Em Espanha, que se ofereceu para acolher os migrantes para “evitar uma tragédia humanitária”, as autoridades estimam que o navio demore quatro dias a fazer o percurso que o separa de Valência.
As autoridades locais convocaram para terça-feira uma reunião com representantes do governo regional e da autoridade portuária para preparar a assistência e alojamento dos migrantes.
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