“Todos foram convidados e espero que venham aqui à Batalha”, disse André Ventura, num discurso de apresentação da moção de confiança, perante algumas centenas de militantes do Chega.
A direção nacional do partido apresentou à mesa do Conselho Nacional extraordinário uma proposta, aprovada por unanimidade no início dos trabalhos e que Ventura classificou de “inédita” nos partidos com assento parlamentar, para que todos os militantes (e não apenas os conselheiros nacionais) que se desloquem à Batalha possam votar a moção de confiança, no domingo.
“Desta vez não dissemos que venham os conselheiros, venham os congressistas eleitos por métodos distritais, dissemos venham todos. Os que dizem bem e os que dizem mal. Os que passam a vida a criticar, e os que passam a vida a dizer bem, venham todos à Batalha”, desafiou.
“Apareçam, digam o que pensam e votem. Todos os que acharem que estamos no bom ou no mau caminho e mesmo os que acharem que há erros que devam ser corrigidos”, acrescentou André Ventura.
No discurso, o líder do partido de extrema-direita disse que, “de alguma forma” o Chega não deveria este fim de semana estar a votar uma moção de confiança à sua liderança.
“O nosso partido devia estar focado e concentrado na construção da oposição que temos de fazer. Não interna, mas ao Partido Socialista e aos partidos do sistema.
Na sua intervenção, diversas vezes interrompida com aplausos dos presentes, André Ventura apontou às eleições legislativas de 2026 e à ambição do Chega em ser Governo.
“Prometo-vos com o meu sangue e o meu corpo, que se nos derem uma maioria qualificada amanhã [domingo], nós vamos cumprir o destino que temos de cumprir e levar o Chega ao Governo de Portugal em 2026. E eu preciso do vosso apoio, quero o vosso apoio e juntos, vamos voltar a dar Portugal ao mundo inteiro”, declarou André Ventura.
Enfatizando que o que está em causa na moção de confiança é a continuidade da atual liderança, André Ventura fez a “promessa solene” de que se o partido “entender que houve um caminho que chegou ao fim”, não será crítico de uma eventual futura liderança.
“A quem vier depois de mim, como ex-presidente, nunca terão uma crítica, uma armadilha, ou uma ameaça. Terão apoio total e lealdade total”, afirmou.
Esta moção de confiança foi anunciada pelo presidente do partido em finais de agosto por considerar então ser evidente que havia no Chega “uma fação”, que dizia ser minoritária, que contestava a atual direção.
Ventura disse então que não era “imune” aos "casos" das últimas semanas e que “talvez essa fação, como o episódio que ocorreu protagonizado pelo professor Gabriel Mithá Ribeiro”, fosse “efetivamente uma questão”.
O deputado do Chega eleito por Leiria, Gabriel Mithá Ribeiro, demitiu-se nessa altura do cargo de vice-presidente do partido, tendo então anunciado que iria iniciar negociações com André Ventura.
Poucos dias depois, André Ventura e Gabriel Mithá Ribeiro surgiram juntos num vídeo, gravado no parlamento, para mostrar que as divergências tinham sido ultrapassadas e que o grupo parlamentar estava unido.
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